quinta-feira, janeiro 27, 2005

«Se isto é um Homem»

O título não é meu, mas sim de um romance de Primo Levi, referindo-se aos sobrevivente de Auschwitz, nos quais o autor também se insere.
Há precisamente 60 anos, o Exército Vermelho libertou aquele campo nazi onde foram exterminados mais de um milhão de seres humanos, entre judeus, polacos, ciganos, homossexuais... Em comum, todos foram vítimas da incapacidade nazi de os considerar membros da mesma espécie.
O “não-humano” foi e, infelizmente, continua a ser causa de barbárie e genocídio, quando uma ideologia ou etnia reivindicam uma absurda superioridade genética. Isto foi assustador e quase inacreditável numa Europa do séc. XX que se cria evoluída e humanizada. Mas é paralelo aos casos do Ruanda, Cambodja, Somália e a todos os outros locais onde o género humano é forçado a viver na artificialidade de uma sociedade e de um território impostos e mecanizados.
Auschwitz e a “solução final” nazi devem ser lembrados, a par com os genocídios maoistas, estalinistas, do apartheid sul-africano, das etnias tribais e de todo e qualquer acontecimento que negue a alguém a sua dignidade humana. Preocupa-me, assim, a ameaça crescente do neo-nazismo na Europa, muitas vezes disfarçada de “hooliganismo futebolístico”.
Mas antes, temos que nos lembrar de quem somos e de onde viemos.
Compreender a nossa essência humana é crucial para desmontar a ciclicidade da História

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Iluminar!

A primeira vez é sempre marcante. Como tal, pensei fazer do meu “baptismo de blog” um momento sério e solene, abordando assuntos actuais e pertinentes. Como a política e a minha opinião científica sobre a dualidade esquerda/direita, o que vem muito a propósito para as eleições que se aproximam. Mas não resisti ao humor. Especialmente às minhas ideias “nonsense”. Assim, sem desprimor para os cavalheiros que partilham comigo o chapéu, vou tratar de quebrar o gelo, para depois, dentro de algumas semanas, lançar mãos à obra no pântano lodoso da política e dela retirar a sua essência.
Acontece que hoje, na casa de banho, tive uma revelação daquelas que só são mesmo possíveis na casa de banho e mediante a realização de certas actividades específicas.: enquanto observava um frasco de champô, os meus sentidos gratificaram-se com o porvir de um futuro risonho de milionário bonacheirão. Era um champô anti-caspa, que prometia eliminar a maldita descamação cutânea que polvilha os ombros de muito boa gente, qual colina nevada ou vale de amendoeiras em flor. Mas, pensei, para quê eliminar a caspa quando se pode iluminar a caspa? Para que serve uma Nossa Senhora de Fátima fluorescente? – pergunto. Para se ver no escuro! – respondem-me. E se houvesse maneira de um champô tornar a caspa fluorescente? Aí, lógico, seria fácil ver a caspa no escuro. Imaginem, caros leitores, o que isto representaria em termos de prevenção rodoviária! Ou animação nocturna! Ou até mesmo, no combate à tenebrosa discriminação social dos casposos! Um mundo em que o portador de caspa não tivesse que sacudir, envergonhado, os seus ombros, mas antes pudesse ostentar, brioso, um manto de refulgentes pedaços de epiderme morta, esvoaçando graciosamente da sua cabeça.
O mais empolgante é o facto de ser possível tornar a caspa fluorescente. Basta desenhar um anticorpo anti-caspa com afinidade para moléculas que libertem luz quando excitadas (fluorescência). A isto, junte-se uma base de lavagem (detergente), enfrasque-se e teremos champô que ilumina a caspa. Eureka!Casposos de todo o mundo: uni-vos!

segunda-feira, janeiro 10, 2005

"O meu chapéu tem três bicos..." lá-lá-lá

Sejam muito bem-vindos ao nosso modesto blog...

Esperem encontrar aqui (e nós também esperamos, pois então) um espaço de reflexão sobre tudo e mais alguma coisa!

Em breve isto vai começar a rolar...

Até lá, um grande bem haja!