quinta-feira, dezembro 29, 2005

Interregno festivo

Caros leitores, este nosso espaço de partilha de ideias encontra-se numa fase de letargia, derivado do enfartamento dos autores por ingestão de largas quantidades de doçaria festiva. Um bocadinho à imagem do Prof. Aníbal, mas com menos prepotência...

Aproveito para desejar uma excelente continuação de boas festas, já que estas coisas duram até aos Reis (6 de Janeiro)...

A todos um excelente 2006, que o ano novo traga melhorias a este nosso país

Um abraço

sexta-feira, dezembro 16, 2005

And in this corner...

Vou apenas proceder a uma rápida apresentação dos candidatos presidenciais:

Mário "O Bochechas" Soares: antigo ocupante do poleiro e que quer acabar por lá, porque não deve ter nada que fazer entre sestas...

Aníbal Cavaco "A Debulhadora de Pastelaria Festiva" Silva: falhou uma vez, não lhe apetece repetir o fracasso e tá pronto a fazer as contas ao futuro da nação!

Manuel "O Poeta" Alegre: o lírico revolucionário que ninguém cala, vai até ao fim nem que tenha de assinar ele próprio 10.000 vezes!

Jerónimo "O Operário Dançante" de Sousa: acredita poder endireitar os país a tempo de salvar os operário fabris da indútria têxtil dos invasores mongóis, perdão, chineses!

Francisco "O Chico dos Paivas" Louçã: planeia casar todos os homossexuais deste país, mesmo os que não querem, e ao mesmo tempo tentar salvar a política financeira e de emprego, arrasada pela globalização imperialista!

Todos têm as suas qualidades e os seus defeitos, uns mais de uma coisa que de outra, consoante o ponto de vista de cada eleitor.

Continuo com saudades do Paulinho "Beija Feirantes" Portas... Era um excelente complemento para este ramalhete!

Ai, ai...

Vieira 2006! Acreditem, é possível...

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Uiiiiiiiiiiiiii

Estou neste preciso momento a ouvir a interpretação de Pedro Abrunhosa de um dos seus hits, num programa da TVI...

Chamo-lhe interpretação, porque se eu dissesse que ele estava a cantar, seria no mínimo insultuoso para os verdadeiros cantores.

Ele, o Pedro, também nunca escondeu que não sabe cantar e como tal admite que o que faz é uma interpretação dos poemas musicados que compõe.

Isso eu aceito. Mas a exibição dele esta noite, mesmo na sua habitual prestação de declamação, foi... fraquiiiinha!

Até arrepiou, o modo como fugiu de toda e qualquer musicalidade, em tons de voz por vezes ultra-sónicos, como se fosse um adolescente a passar por aquela fase humilhante em que a voz sofre a mudança na puberdade!

Nunca, como hoje, rezei tanto para que a produção tivesse optado por um playback ou uma cover feita por outro intérprete!

Dêem Mebocaína ao senhor...

Sr. Presidente...

As eleições presidenciais estão à porta. Muitos dirão: "Mas o que interessa? O gajo não tem poder nenhum!"
Bem... a realidade é essa, com algumas excepções, previstas na Constituição da República Portuguesa. Como, por exemplo, a autoridade de declarar guerra, com o aval do Governo e o apoio da Assembleia da República.
Ora isto torna-se deveras interessante.
Pensemos assim: quem gostariamos de ter na cadeira de Belém, com o poder de declarar guerra a outro país?
Melhor ainda: quem NÃO gostariamos que nos representasse?
Para mim, é pena não haver candidatos como Vieira, que, de certeza, iria declarar guera ao Burkina-faso ou ao Reino do Butão. E ainda, dar a independência às Berlengas, para depois as destruír com um torpedo disparado do bom e velho Barracuda. Eram as minhas secretas esperanças.
Ou então, o Sousa Tavares, a declarar guerra ao Benfica. E a nomear como Ministro da Defesa e do Laser, o Cristiano Ronaldo.
Mas, agora brincando um pouco, o que eu realmente espero de um Presidente é que seja como o actual. Que não faça asneira. O que já é pedir muito!
Jorge Sampaio tem um bom perfil presidencial. É educado, simpático, sabe intervir quando é preciso. Fala, fala, fala e lá vai dizendo alguma coisa, no seu jeito diplomático. É um gajo culto e sabedor, que tem respeitado a Constituição e feito uso dela como há muito não se via. Usou um dos poderes mais fortes: virou os terrenos e atacou com a criatura da Dissolução do Parlamento. Mandou o Governo do PPD/PP para o cemitério. Apesar das críticas da direita, não foi por isso que perdeu consistência ou verticalidade.
Se olharmos bem por detrás dos ombros do Sampaio, só vamos encontrar alguém com semelhante ou maior dignidade no General Ramalho Eanes. Homem simples, educado, cordial e, por estranho que pareça, culto. Honesto nos 10 anos que serviu o País. Eleito a primeira vez pela direita, a segunda pela esquerda, conseguiu várias vezes unir Portugal no caminho do desenvolvimento, afastando-o da desordem e do caos. Foi um dos mais lúcidos intervenientes do 25 de Novembro, apartidarizando-se dos confrontos e promovendo quer o diálogo, quer a força necessária para estabilizar aqueles infames processos contra-revolucionários. Soube-se sempre distanciar o suficiente para ter uma moral interventiva acima de quaisquer suspeitas. Deve-se também a ele a poupança de muito sangue que poderia ter corrido com a ameaça de uma guerra civil.
Durante a sua presidência, o Governo chefiado por Mário Soares lembrou-se de rever a Constituição, retirando ou diluindo os, naquela altura, fortes poderes do Presidente. O Marocas não curtia o Eanes, como nunca curtiu muito qualquer general que não fosse da UNITA.
Depois de Eanes, vieram 10 anos de Soares, o Presidente que veio a sofrer do próprio veneno. Soube-se orientar, até porque conhecia sobejamente os poderes presidenciais que ele próprio tinha reservado, à força de ter subtraído os outros. E como se orientou!
No próximo post, voltarei com os Senhores Presidenciáveis. Um a um. Para ajudar o confuso ou o lúcido leitor a escolher aquele que melhor sirva os seus interesses, e que possa mais facilmente declarar guerra ao país que constiui o seu ódio de estimação. Eu, por mim, não gosto muito da Suazilândia.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Diário de um Exterminador Implacável

«12-13-2005 (N.T.: data em americano),
Como Eu tinha dito, na Minha última sequela: "I'll be back!" Ah... sempre gostei de ouvir a Minha pronúncia austríaca na televisão. Como Eu Sou justo e implacvável! Um deus de metal! Um verdadeiro Conan! Um bárbaro de charuto cubano e fato de bom corte...
Uns idiotas que devem ser comunistas ou coisa parecida, de uma espelunca qualquer tipo Greenpeace da Humanidade... ah... ja me lembro, Amnistia Internacional, é assim que se chama, têm andado a irritar-Me com cartas e petições. Apetecia-Me esmaga-los como insectos, com os Meus punhos todo-poderosos. Queriam que perdoasse um preto qualquer que a impecável justiça do Meu estado condenou à muito adequada pena de morte.
Eu nem sequer sabia que tinha esse poder, de decidir: tu morres! tu não!
Agora, sinto-Me muito melhor! Nem sequer tive que mexer uma palha para matar esse escarumba. Como Sou poderoso!
Lei é lei. Matas, tens que morrer. Assim, às 12:30 AM (N.T.: hora em americano), la fritámos o macaco.
Disseram eles que o "neegro" (N.T.: preto em americano) até foi nomeado 5 vezes para o Prémio Nobel da Paz e 4 vezes para o Prémio Nobel da Literatura! Grande coisa... eu desprezo esses europeus e os seus prémiozinhos insignificantes! Se eu Fui europeu e mudei! Prémios verdadeiros, só os Oscars (N.T. Óscares em americano). Querem lá comparar! Idiotas!
A América é feita de gente forte, que tem o supremo direito de andar com uma Magnum 44 no cinto das calças. Que tem o dever de ter um carro como toda a gente. E de comer um belo "hot dog" (N.T.: cachorro quente em americano) à frente da televisão, de preferência a ver um dos meus aprazíveis filmes em que trocido alguém ou afago uma inocente criancinha. Não precisamos de Nobel Prizes (N.T. nóbéis em saramaguês). Nem queremos mais pretos assassinos. Nem sequer mais pretos a sujar o banco dos júris dos nossos impolutos tribunais.
Se a imaculada justiça americana tirou os pretos do júri no julgamento desse assassino, foi para evitar a solidariedade entre os macacos. "So help me God!" (N.T.: "não cometerei prejúrio" em americano).
"I'll be back!"»

domingo, dezembro 11, 2005

Deserto de ideias...


Um bocadinho como o nosso querido país...

sábado, dezembro 03, 2005

Na Rússia a fome é negra...

Li esta notícia no site da BBC e não resisti a transmiti-la a si, afortunado leitor. Saiba pois que um grupo de esquilos negros (que a BBC apelida de alcateia), ao que parece esfomeados, atacaram um pobre vira-latas num parque na longuínqua cidade de Lazo, Rússia. Atacaram, mataram, despedaçaram e comeram o pobre do cão, cujo único crime, ao que parece, foi o de lhes ter ladrado enquanto eles andavam a fazer o que quer que seja que os esquilos fazem pela ramagem das árvores.


Um dos membros do grupo de meliantes a deleitar-se, desta feita, com uma avelã

A jornalista Nastasia Trubitsina do jornal Komsomolskaya Pravda afirma que os esquilos "esventraram literalmente o cão" e quando viram humanos, as únicas testemunhas deste bizarro acontecimento, fugiram em direcções diferentes, carregando nacos da sua presa. O douto cientista da região Mikhail Tiyunov afirma que é a primeira vez que ouve falar de um ataque destes. Esquilos sem fontes de proteínas podem atacar ninhos de aves, mas a ideia de atacarem um cão é "absurda". "Se tal aconteceu de facto, as coisas devem estar mesmo mal nas nossas florestas" afirma. O Komsomolskaya Pravda afirma que no Outono passado houve relatórios de esquilos aterrorizarem gatos. Um homem que se identificou como Mikhalich disse que este ano "não houveram pinhas nenhumas" e que "os animais estão agitados porque não tem nada para comer".

Ora bom, esta notícia tem um misto perfeito de comédia e de drama. Fora a obvia comédia, isto faz-me pensar em coisas como o infame "Chupacabras", no célebre desastre da equipa de râguebi nos Andes, no filme "Os Pássaros" de Hitchcock, no CSI, em testes de armas químicas, em cabeças reduzidas na Papua-Nova Guiné, etc, etc...



Escarrar ainda é o menos...

Projecção da Comissão Europeia para 2012: Portugal deverá sofrer um aumento de 42,2 por cento nas emissões de gases com efeito de estufa até 2012, tornando-se nessa altura o país comunitário mais poluente.

Boa. E nós sempre a criticar os EUA por não assinarem coisas tipo protocolo de Kyoto e tal... [Autor abana a cabeça com olhos postos no teclado...]

Deixei-me que vos diga uma coisa: Um reactorzitos nucleares, sobre supervisão da UE, não faziam mal nenhum... Deixem-se de mariquices... E o governo, esse bando de sucessivos inaptos, porque não reduzem o tempo de avaliação de processos de produção de energia éolica? E porque não dão uns fundos para os jovens empresários se poderem lançar no negócio, pelas fragas, que (ainda*) estiverem livres, para lá do Marão.

Ainda se pode sonhar ou não?

*- Passo muitas vezes por para lá dele (do Marão!) - e devo-vos dizer que existem muitas hélices por aqueles montes - muitas mesmo. Na zona do Marão existem bastantes. Na zona de Ribeira de Pena - Boticas - Montalegre existem também muitíssimas. Parece no entanto que ainda não são suficientes...



sexta-feira, dezembro 02, 2005

Granito

Velha e nobre pedra com que se fez o Porto. E com que se está a desfazer.
À semelhança do nosso granito, de duas micas e de génese antiquíssima, por isso propenso a alterações, as ruas do Porto estão cada vez mais feias, mais desfeitas.
Exemplo é a Avenida dos Aliados. A característica calçada portuguesa, Património Nacional, está a ser, ora suave, ora abruptamente substituída pelo granito.
E, a juntar aos materiais mal escolhidos e mal aplicados, está também uma enorme falta de gosto e de senso na organização dos elementos urbanos.
Veja-se a Praça da Batalha, onde os autocarros percorrem aquela via meândrica, obrigando os transeuntes a redobrada cautela. Ou a linha do eléctrico, que é inexplicável. Vem não sei de onde, aparece não sei porquê e vai para o nada. De eléctricos, nem o som, quanto mais a cor ou a substância.
Tudo parece ser fruto de uns senhores arquitectos consagrados e premiados.
Quando me lembro do que foi feito no âmbito do Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura - nem me parece real a opurtunidade que se perdeu para dinamizar esta cidade culturalmente, o que implica um verdadeiro acréscimo à qualidade de vida das populações. Tudo o que se fez foi granito.
Desprestigiante para o Porto, para os Portuenses e para o próprio granito em si.
A nobreza desta cidade, dos seus habitantes, da rocha, do vinho, do Douro, a nobreza da invictabilidade, merecia mais. Merecia que os abutres do premontório do poder se vergassem sob a sua inépcia e, envergonhados, se retirassem como ratos do navio que se afunda, para que os bravos marinheiros agrilhoados aos remos, pudessem soltar-se e conduzir os destinos desta cidade.

Lixo, lixo e mais lixo

Como se não bastasse o Porto ser uma cidade suja, como já tive opurtunidade de dizer, ficou sem recolha de lixo nos últimos dias, devido a uma greve.
Cenário maravilhoso de sacos e sacos empilhados à volta dos contentores cheios. Na primeira noite, o normal. Na segunda, já os cães vadios e os gatos (e, quem sabe, algum ser humano mais necessitado) tinham andado a remexer nos sacos e a espalhar tudo. Na terceira noite, o caos total, o horror!
Para mim, esta greve dos funcionários do lixo (os lixeiros, ou andrades), mais que justa, foi pedagógica. Mostrou às pessoas a falta que fazem estes operários da noite, e que não é possível viver muito tempo sem eles. E também mostrou a enorme quantidade de resíduos que uma cidade consegue acumular. Impressionante!
A greve acabou à meia-noite de hoje, sem nada de muito concreto estar assegurado para estes trabalhadores.
Espero que a autarquia os saiba valorizar.