Aquele carro branco perfilava-se ali a cem metros. Coisa normal, comum, não fora a minha memória gráfica não conseguir identificar marca, modelo ou sequer um esgar de uma passagem fugaz numa qualquer rua. Memória limpa, branca como o branco refulgente daquele automóvel, contrastando com o escuro anguloso dos vidros, a linha de cintura alta, a óptica dianteira como uma lágrima luminosamente facetada em brilhante, adivinhando uma frontaria agressiva de besta feroz, o farolim traseiro curvando para a frente, fazendo sonhar com uma daquelas traseiras que desaparecem fugazes no frémito da aceleração. Carro de paixões avassaladoras (se é que um hatch de 3 portas do segmento b se pode arrogar desses voos).
Só e apenas o desconhecer de marca e modelo me interrompiam a contemplação do belo. Perfilaram-se os suspeitos do costume. GTC? Megane Coupé? Scirocco? Nem os puxadores das portas (todos sabem que se há algo característico de uma marca logo depois do símbolo é o puxador), essas familiares reentrâncias que nos permitem o acesso ao interior, me deram qualquer pista. Nem as jantes de 16 polegadas, ou os espelhos retrovisores. Tudo desconhecido, novo, belo, hipnótico, ali visto da minha varanda.
Hoje de manhã passei por ele. Vi-lhe a frente: horrível. Vi-lhe a traseira: execrável. Era um KIA! Espreitei-o por todos os ângulos possíveis e imaginários e nada. Nem uma ponta de paixão, de estilo, de beleza. Apenas de perfil mantinha um magnetismo decrescente, desiludido, que se extinguiu em poucos minutos.
Moral da história: qual é a semelhança entre o design da Coreia e do Antigo Egipto?
Só e apenas o desconhecer de marca e modelo me interrompiam a contemplação do belo. Perfilaram-se os suspeitos do costume. GTC? Megane Coupé? Scirocco? Nem os puxadores das portas (todos sabem que se há algo característico de uma marca logo depois do símbolo é o puxador), essas familiares reentrâncias que nos permitem o acesso ao interior, me deram qualquer pista. Nem as jantes de 16 polegadas, ou os espelhos retrovisores. Tudo desconhecido, novo, belo, hipnótico, ali visto da minha varanda.
Hoje de manhã passei por ele. Vi-lhe a frente: horrível. Vi-lhe a traseira: execrável. Era um KIA! Espreitei-o por todos os ângulos possíveis e imaginários e nada. Nem uma ponta de paixão, de estilo, de beleza. Apenas de perfil mantinha um magnetismo decrescente, desiludido, que se extinguiu em poucos minutos.
Moral da história: qual é a semelhança entre o design da Coreia e do Antigo Egipto?