terça-feira, junho 28, 2005

À sombra do baobá

Diz a "rap sheet" de Stéphane Picq no Moby Games que desde Outubro de 1998 que este se encontra em Madagáscar procurando um novo estilo de vida. O Stéphane é o autor de algumas bandas sonoras de jogos de computador, particularmente a do Dune lançado pela Virgin Interactive em 92. O CD que veio com algumas edições especiais - o "Exxos-Spice Opera" - tem estatuto de culto na malta que gosta de música sintetizada, jogos de computador e Dune. Este álbum é talvez o melhor para acompanhar a leitura dos livros do Frank Herbert (melhor certamente que a banda sonora dos Toto...). Estou curioso por saber o que será feito do Stéphane e como passa os dias actualmente. Pensei mesmo em fazer um site estilo "Where is Matthew Smith?". Não sabem quem é? Quando não se sabia onde andava o criador dos hits 8-bits "Manic Miner" e "Jet Set Willy" foi criado um site - e uma série de contributos surgiram relativamente ao seu paradeiro. Até ele próprio chegou a contactar o autor do site contando-lhe o que havia feito e o que planeava fazer. Como o site já não está online (foi parar ao céu cibernético da cor do céu de Chiba...) vou-vos dizer o que me lembro. O Matthew ficou milionário (ou perto disso) bastante novo, só que era um tipo com umas ideias "avant-garde".



"Things get hairy when we get machines which are more intelligent than us," he says. "I keep going on to Alan and Tommy when they are planning to take over the world. I want to lead a simple life. I think a lot of people do. The world can't sustain itself. The time comes when we can't all be comfortable and happy and warm and fed, We have to blow ourselves up or find a way of being contented. There is not enough land, True communists are people who live in communes, villages, tribes. I'd like to live like that, but always with the communications we've got. There should be an end to cities. Cities should have walls around them to keep the city in,"
(Sinclair User, Dezembro de 84)

Como para se viver como milionário tem de se ser forçosamente estúpido, e o Matthew de estúpido tinha pouco foi eventualmente parar a uma comuna na Holanda onde trabalhou como mecânico de bicicletas. Parece que não tinha grande acesso a computadores, mas tinha por alturas de 2000 um compilador C e um 486 (ou coisa parecida) segundo me lembro de um mail que enviou ao criador do site "Where is Matthew Smith?". Recentemente regressou a Inglaterra, onde até participou num show televisivo e tem um site (offline infelizmente) onde ensina a programar em C (pelo menos julga-se que é dele). Intitula-se a si próprio Matt of the Earth.

Existem pessoas diferentes e bafejadas pelos Deuses. Se calhar é melhor deixar o Stéphane descansar à sombra de um baobá, enquanto eu o invejo por poder ter feito essa escolha.

Para saberem mais sobre estes assuntos façam o favor de visitar:
Stephane Picq's Musical Ship - o seu site, sem updates desde Outubro de 98 (coincidência não é :P ?)

segunda-feira, junho 27, 2005

And now for something completely different...

As estradas portuguesas estão cada vez piores...

Já não bastava levar com automóveis em contra-mão na auto-estrada e verdadeiras discotecas ambulantes com neons, como agora ainda temos de ter de levar com avionetas!

O Poder corrompe....

E tenho dito!

domingo, junho 26, 2005

Sócrates no País das Maravilhas

Ora por mim, acabaram-se as tréguas que dei ao Governo do Engº Sócrates. Para quem ainda tivesse dúvidas, vê-se bem que a posição governativa de um partido político o torna uma cambada de burros (com todo o respeito ao animal que nenhuma culpa tem!). Importa é saber quais as causas. Eu acho que devem ser os "lobbies". Reparem que se o governo quiser aumentar o imposto da banca - tal como já devia ter feito, e não deixar o aperto do cinto sempre para os mesmos "pretos" - os banqueiros ameaçavam logo com o aumento das taxas de juro... E que tal um imposto sobre as grandes fortunas? No ano de 2004 aumentaram os milionários em Portugal... E esses como ameaçam o bom funcionamento do país? Deslocamento de capital para o estrangeiro? Talvez. Dever-se-ia acabar de uma vez com o "off-shore" da Madeira, que só serve para para fomentar legalmente a fuga ao imposto visto que empresa que é empresa em Portugal está sediada na Madeira. Acabe-se com isso ou então permita-se que os contribuintes com morada na Madeira não paguem IRS... Garanto-lhe que amanhã abria já um apartado na ilha... Tal como as empresas afinal fazem pois então! A provinciana a classe política portuguesa mostrou-se bem quando o Governo lhes quis diminuir as regalias - vejam como reagiram como "classe", com um sentido corporativista capaz de fazer corar um médico ou farmacéutico. É que alguns desses senhores acham que os políticos são mal pagos. Outros acham normal que se trabalhe 6 meses e se fique com uma pensão de largas centenas de euros... Triste. Uma coisa que me enervou no efeminado Primeiro Ministro foi aquele seu ar de soldadinho empertigado, quando respondia aos jornalistas "Não queriam que ficasse com as secretárias do Dr. Santana Lopes pois não?" após lhe terem perguntado porque tinham sido nomeadas tantas secretárias... Vivam os "boys" (e as "girls")! O outro era o menino guerreiro, este é o soldadinho de chumbo: Quando se aproxima de uma chama derrete qual naco de sebo em vez de marchar sem medo contra os canhões...

É. Definitivamente uns são como os outros: uma bosta. Não há nada a fazer.

quinta-feira, junho 23, 2005

Multidisciplinaridade...

Sim, é um palavrão enorme! E espero tê-lo escrito correctamente... Mas é sinónimo de uma enorme mais-valia para tudo o que seja trabalho ou discussão.

Ocorreu-me isto, que de facto já não me era estranho, quando numa conversa com um estimado amigo saltou-lhe ao pensamento a notícia do chamado "veleiro solar". Ele, sendo da área das Letras, sentia-se um pouco confuso pelo conceito das velas solares e do vento solar, sabendo desde logo que não existia ar no espaço e logo o conceito de vento não se aplicaria. Tentei explicar-lhe, baseado no meu background científico, que o vento solar era constituido por um fluxo de partículas emitidas pelo Sol. Assim como as formas de energia que os filmes e a TV nos habituaram a imaginar como uma coisa etérea, são emissões de partículas com determinadas características que alteram e reagem de forma diferente consoante os materiais que encontram. Dei-lhe o exemplo dos raios-X e da comum luz. Ele mostrou-se entusiasmado com o assunto e com o facto de que tomamos certas coisas como simples e que na realidade se revelam muito mais complexas à luz da ciência. E falou-me num documentário em que a beleza física era retratada como sendo consequência de determinadas configurações e proporções anatómicas, sendo assim traduzível em equações matemáticas. O curioso, na ideia de ambos, era que diferentes pessoas têm diferentes gostos em termos de beleza, o que significaria que teríamos preferência por uma determinada equação matemática sobre outra... Isto pareceu-nos estranho! Logo chegamos à conclusão que teria de haver algo mais do que pura Matemática e permanecemos assim sem descobrir o que levará alguém a achar que uma pessoa é mais bonita que outra.

Mas o que interessa nisto tudo é que, se porventura eu estivesse a falar com alguém da área científica, dificilmente poderia ter chegado a estas conclusões, pois a nossa formação leva-nos a tentar analisar sempre tudo de forma fria e racional. Assim se vê também que a especialização de alguém num determinado campo pode afectar a forma como encara as situações, limitando a sua capacidade de análise. Por exemplo, o meu amigo recebe umas dicas minhas quanto à ciência e eu aprendo com ele semântica, gramática e Literatura. Por isso, malta, toca a alargar os horizontes... Cultura geral faz bem à saúde!

P.S.: Ui, que texto enorme! Parece-me que o tamanho vai assustar a malta e ninguém vai ler... Mas aqui ficou na mesma a ideia! LOL

terça-feira, junho 21, 2005

Ao debate!

Certo dia, andava eu mais inflamado contra as injustiça sociais e intelectuais, que me dei ao luxo de escrever alguns posts e comentários. Ausentei-me algum tempo, e eis que, quando chego, constato que ajudei a lançar as sementes da discórdia!
Ainda bem. Nunca em todos estes longos meses de vida do Chapéu, tinha assistido a tanta animação!
Continuai, que eu também vou fazer a minha parte, certo que, mais tarde ou mais cedo, vou conseguir puxar o tal "tapete".

segunda-feira, junho 20, 2005

Há Dúvidas?



É verdade: À uns tempos atrás escrevi um e-mail ao manager dos Ena Pá 2000/Irmãos Catita e Corações de Atum, a pedir basicamente mais um concerto no Porto - de preferência no Maus Hábitos. Ele respondeu-me que eles gostam bastante de cá vir, mas para isso convinha que o Maus Hábitos os contactasse. Ora na remota eventualidade que alguém que leia estas linhas se ache com confiança para o fazer, faça então favor.

domingo, junho 19, 2005

Aspirina Efervescente

Saiba o caro leitor que me contradigo muitas vezes. Admito-o. Mas apraz-me observar que algumas situações críticas já não me fazem sentir ardores no estômago como em outros tempos. Sou como aquelas aspirinas efervescentes depois de um minuto no copo de água. O visitar esse blog Irmandade Negra é como um teste Voight-Kampf ao meu carácter - se sou realmente humano, no sentido quase Cristão da palavra. Consigo delinear um texto atroz, claramente racista - utilizando palavras como "cafre", "barrete vermelho", "escravo", "3º mundo" e "terrorista" "colonial", mas o conteúdo não me transmite nenhum prazer. Sou como a Lady Galadriel, na soberba adaptação do Peter Jackson d'As Duas Torres do Tolkien. Vejo o Anel à mão de semear, sinto a sua sedução, imagino o que poderia ter sido, mas não me deixo corromper. É que para mim a Europa vai de Lisboa a Tânger, a Tunes, vai pelas ruínas cobertas de areia de Cartago, pelos desertos da Líbia, pelo Cairo, por Tel-Aviv, pelas ruínas de Persépolis, queimada por Alexandre, pelo Tigre e pelo Eufrates, volta com uma onda beijar as ruínas de Tróia na Ásia Menor, passa por Constantinopla, pela Grécia berço de civilizações, pela península Itálica, pátria da Latinidade - por terras Celtas dos Gauleses e Anglos, pelos terras dos Godos para lá do Reno, para o Norte e Leste, terras dos homens do norte, para o Báltico dos eslavos. Cresci de certa forma, separei-me de conceitos de "raças". Nós os portugueses, latinos, com sangue godo e árabe nas veias, talvez os mais negros dos brancos, somos quem tem de dar o exemplo.

Debate

Mais uma vez vou transformar uma resposta a uma resposta a um post num post (que frase mais confusa!). Está a tornar-se um hábito... LOL

Antes de mais o facto de responder ao comentário do nosso leitor anónimo não é nada de extraordinário em si mesmo... Não há necessidade de me agradecer, embora creio que o tenha feito em tom irónico. Mas em frente... Nós gostamos do diálogo. Só assim se justifica ter sido possibilitado aos nossos leitores a possibilidade de comentar os posts. Eu acho que o nosso blog pode ser utilizado para estas discussões de ideias. Creio que o que o meu colega F.S. queria dizer era que não haveria necessidade e que não gostariamos de ver as discussões entrarem pelo campo exclusivamente político, que por vezes, de tão compartimentado ser, impede o livre debate das ideias que tão frequentemente a política diz defender. Este blog começou por ser um espaço onde poderíamos exprimir uma ou outra piada ou comentário, mas que eventualmente evoluiu para um local de publicação de ideias com um tom um pouco mais sério. Mas continua a servir o objectivo inicial, se bem que agora com mais uma finalidade extra. Apenas isso... Reafirmo o convite do meu colega a escreverem aqui os vossos comentários.

Quanto ao título "Terreno minado" era uma analogia que utilizei e que se referia à sensibilidade necessária quando se trata deste tipo de situações e em assuntos relativos à liberdade de expressão.

De facto o blog irmandadenegra.blogspot.com é extremamente lamentável... Mais um exemplo da ignorância que existe em todo o lado!

Um abraço

sexta-feira, junho 17, 2005

Terreno minado!

Este texto começou por ser a resposta a um comentário escrito por um nosso leitor anónimo, a propósito do post "Cuidado" do meu colega Slinkman. Devido à extensão do texto resolvi transformá-lo num post.

"Sim, existe ignorância em ambos os extremos o espectro político. Concordo que o facto dos problemas de criminalidade ligados com a imigração passam pelo facto de não existirem actualmente meios para poderem ser dadas condições decentes básicas a todos. Porventura um controlo melhor da imigração, em termos de legalizações e condições de vida seria mais eficaz para a prevenção deste tipo de acontecimentos. Mas não devemos olhar para todos os imigrantes e descendentes de imigrantes de forma igual. Tal como existem "portugueses de gema" ligados à criminalidade e outros que são cidadãos cumpridores da lei, o mesmo se passará com os imigrantes e seus descendentes. Agora, por outro lado é de condenar as manifestações de racismo e xenofobia, que não são baseadas na insegurança, mas que a usam como desculpa para exprimir sentimentos de ódio para com as outras etnias. O direito de expressão é condicionado e regulamentado com base em pressupostos legais para evitar que um direito fundamental se transforme numa ferramenta de opressão e insulto, e até potencial causador de distúrbios! Como se costuma dizer: A tua liberdade acaba onde começa a minha. Há que usar o direito de expressão de forma justa e sensata, de modo a não desperdiçar um valioso recurso da democracia e liberdade."

quinta-feira, junho 16, 2005

E por falar em caceteiros...

Um senhor madeirense, com apelido igual ao Caceteiro-mor da ilha, e que tem pretensões de conhecedor de música, veio, há tempos, em entrevista, dizer que o músico que mais despreza é o Sérgio Godinho, e apontou como razão principal a conjugação dos acordes das suas músicas.
Esse senhor, convidado para juiz (por um motivo qualquer, não me agrada a palavra "juri") de um programa de gosto duvidoso que pretendia encontrar pessoas com pretensões a artistas "pop", é bem o exemplo do facilitismo aportuguesado, cruzado com a urgência consumista em alimentar gente insatisfeita e ávida por tudo o que é novidade, que se contenta com indivíduos meteóricos, de carreiras meteóricas e efémeras.
Compreendo Luís Jardim. Ele, afinal, é o anti-Godinho. Porque este sempre se bateu contra o consumismo, sempre se importou mais com a mensagem que a sua música veicula do que propriamente com as vendas, sempre esteve na vanguarda da estética, da inovação, nunca esquecendo as origens da música portuguesa nem a luta do Povo por um País melhor e mais justo. Aquele, é o patrão de uma equipa de fabricadores de sonhos fáceis e desilusórios. É um explorador do trabalho dos artistas, alguns dos quais de grande valor, mas aferrolhados pelo "mainstream" e pelo lucro.
Sérgio Godinho tem uma carreira ímpar de muitos anos, como músico, como intervencionista, como "Cantor Maldito". Foi perseguido pelos verdugos do fascismo, por cantar como canta, por cantar o que canta, por acreditar numa sociedade diferente daquela que o calou, a ele e a muitos outros, e que o votou ao exílio.
Não sei até que ponto serão apenas os ditos "acordes" do Godinho que tanto irritam o Sr. Jardim. Porque os gostos não se discutem: lamentam-se.
Já as ideologias, essas, discutem-se, e é bom que sejam discutidas, porque delas há que não têm outra base de sustentação senão a exploração de muitos para o benefício de muito poucos.

Por falar no Godinho, está para breve um post a duas mãos, com meu caro amigo F.S., sobre o concerto de Fausto Bordalo Dias no Coliseu do Porto, e o seu último trabalho, "A Ópera Mágica do Cantor Maldito", editado há ano e meio. Aguardai!

Cuidado

Não é que eu costume dar muita importância a estas coisas, até porque quanto menos delas se fala, menos alguem as considera. Mas o ambiente das urbes inflama em tensões sociais nunca antes vistas, e para alguns, a culpa é sempre do mais fraco e indefeso, ou da vítima.
Os nazi-fascistas, ou patrioteiros/nacionalistas de Lisboa, querem promover uma manifestação que visa, como de costume, os "pretos" e as suas endemoninhadas actividades ilícitas, com destaque para o "arrastão" de Carcavelos.
Além dos descendentes de africanos, a manifestação visa marcar posição contra a imigração, que estes caceteiros relacionam directamente com o desemprego. Se esses párias ignorantes soubessem o que sofreram os portugueses que, em tempos mais difíceis, fizeram a diáspora por esse mundo fora, ajudando a construir riqueza e desenvolvimento, teriam absoluta vergonha dos seus actos e palavras e remetiam-se à sua insignificância.
Esta tensão não é devida à raça, à etnia, à cor. É devida à cidade e à sua artificialidade ambiental, à sua tensão desumanizante de parte a parte.
O Homo sapiens quando é violento, é-o porque não consegue resolver a tensão de viver num ambiente diferente daquele em que evoluíu. E a violência só surge quando um não consegue rever no outro a identidade do Ser Humano.
Já é altura de estudar melhor o fenómeno sociobiológico das cidades, de compreender o porquê das tensões urbanas e da violência. Só assim se pode puxar o tapete debaixo dos pés dos ignorantes extremistas.

quarta-feira, junho 15, 2005

Rio

Ora parece que a portuguesa mais brasileira do momento, Fátima Felgueiras, se quer candidatar à Câmara de Felgueiras. Até aí estaria tudo bem. Eu também desejo ser um Champa-limão dos tempos modernos. Sonhar não magoa ninguém. O que magoa, e depois de termos aqui falado dos lobos Amaratinos a viajarem de helicóptero e a prometerem votar no ex-presidente da Câmara do Marco de Canavezes, o Avelino Ferreira Torres, parece que um grupo de boçais de Felgueiras lhes quer imitar a estupidez. E não se contentam em igualá-la, não. Eles tentam passar para além das fronteiras do bom senso e reunir o número de assinaturas necessário a que a nossa Fatinha se volte a candidatar. Mas estando ela como o Ronnie Biggs esteve, sendo uma fugitiva à justiça, como pode ser ela candidata? Ora pelos vistos pode. Alguns doutos afirmam que não. Eu cá acho que devia poder - assim abria-se a porta do Inferno durante 90 dias de eleições, e tinhamos um Carnaval como deve ser, à Brasil! Imagine o caro leitor, o Carlos Cruz concorrendo à Câmara de Elvas ou o Padre Frederico e o Farfalha a lutarem por um lugar em Ponta Delgada. E tudo isto com imunidade sublinhada na Constituição!

Doí-me que o povo Português continue vítima de políticos populistas, que atiram um osso ao proverbial Zé Povinho enquanto se "orientam" com o bolso dele.

segunda-feira, junho 13, 2005

Adeus

Nestes últimos dias cinzentos, vimos partir o Companheiro, o Camarada e o Poeta...

Os três serão recordados com saudade e agradecimento por tudo que nos deram... Que tenham agora o merecido descanso, para que outros peguem nas suas heranças e delas continuem a retirar tudo o quanto de bom pode ser aproveitado.

Um adeus sentido...

terça-feira, junho 07, 2005

Qual meteorito, quais dinossauros!!!

António Borges, economista afecto ao PSD, quando interrogado quanto à polémica das pensões acumuladas com o salário do ministro Campos e Cunha, apressou-se a defender o "colega" com a seguinte interrogação:

"Não me digam que é preciso ser pobre para ser governante?"

Aí está... Pelos vistos o mísero salário de Campos e Cunha (que deverá ascender a cerca de 7000 euros/mês) não é suficiente para um trabalhor árduo (que deve trabalhar cerca de 52 horas por dia e ainda arranjar tempo para esbanjar muito guito por mês!!) como ministro sobreviver! Para sobreviver necessita acumular uma pensão de valor semelhante, conseguindo assim uma remuneração mensal de 15000 euros. Creio que isto não engloba o carro, motorista, segurança e outras ajudas de custo que o facto de pertencer ao governo lhe proporciona.

Assim está garantido que a esmagadora maioria da população portuguesa, que não consegue auferir mensalmente o mesmo que Campos e Cunha (cerca de 40 vezes o salário mínimo nacional) irá ser exterminada.

Será este o Juízo Final previsto na Bíblia?

quinta-feira, junho 02, 2005

Para servir o Povo!

Está provado que o motivo que leva as pessoas a perseguir uma carreira política, e a concorrer a um lugar num governo ou instituição pública, está longe de ser a vontade de servir o povo.

Não é novidade nenhuma, mas é cada vez mais uma realidade comprovada.

A prová-lo temos a recente "reforma" de Alberto João Jardim, senhor Presidente do Governo Autónomo da Madeira, a partir de Junho ou Julho, que lhe irá render mais de 4 mil euros por mês. Bem mais de 800 contos na moeda antiga. Tirando o facto de ser uma pensão pobrezinha, que irá proporcionar ao senhor uma vida humilde como à generalidade dos reformados portugueses, temos a agravante de este senhor continuar a exercer funções durante mais 3 anos e meio de mandato e, como tal, continuar a auferir o seu "mísero" ordenado!

Isto leva-me a propôr um anúncio nas páginas dos classificados dos jornais:

"PROCURA-SE

Moral dos políticos portugueses.
Desaparecida há longos anos, pensa-se encontrar-se em
bom estado (como nova) devido ao pouco uso que terá tido.

Não se prometem alvíssaras pois os nossos bolsos estão vazios.
Promete-se o agradecimento eterno do Povo Português."