segunda-feira, setembro 19, 2005

Globalização...

A coisa já é antiga de uns 5 anos, mas só me chegou agora às mãos, por e-mail, e a razão de tal atraso deveu-se à falta de divulgação deste excelente discurso de um ministro de Lula, que deve ter incomodado muita gente.

É mais uma chamada de consciência do que é a porra da globalização para alguns países ditos "desenvolvidos" e o que eles esperam dessa globalização, escondida detrás das cortinas da protecção ambiental e cultural.

O que esses especuladores sem escrúpulos querem é lixar ainda mais os desvalidos, os fodidos da vida, para encherem os bolsos!

Leiam agora o artigo e o discurso, em português do Brasil, e sejam também vocês, caros leitores, a testemunharem contra a injustiça das grandes diferenças sociais entre o Mundo Civilizado dos Senhores de Colarinho Branco e os Desgraçadinhos da América Latina e da África e da Latrina Asiática...

O Globo 23/10/2000

Durante debate recente em uma Universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal e ex-Ministro da Educação, Senador Cristovam Buarque, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro.
"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade.
Se a Amazônia, sob uma óptica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um País.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas a França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um País.
Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA.
Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os atuais candidatos a presidência dos EUA tem defendido a idéia de internacionalizar a s reservas florestais do mundo em troca da dívida.
Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de COMER e de ir a escola. Internacionalizemos as Crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia.
Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!."

sexta-feira, setembro 16, 2005

Relembrar

"Historical reenactment: is an activity in which participants recreate some aspects of a historical event or period. It may be a narrowly-defined time period, such as a specific war or other event, or it may be more broadly defined.", diz a Wikipedia.

Eles nem sequer precisam. De verdade não. Quem anda nestas andanças não precisa de divulgação porque o faz por gosto pessoal. De qualquer modo nunca se sabe se podemos através destas linha cativar mais alguma alma perdida no tempo. Ou talvez não. Aqui fica de qualquer modo. O post anterior recordou-me deles - (e se algum tempo passei no Museu Militar foi em companhia de alguns membros).

Se gostarem procurem. Digam aqui qualquer coisa, sei lá...

Ah, e vejam a galeria, por amor de Deus, vejam a galeria.

Associação Napoleónica Portuguesa




segunda-feira, setembro 12, 2005

Museu Militar do Porto


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Estas balas pertencem a duas armas "ligeiras" usadas pelo Exército Português até meados dos anos 60. A maior é de uma espingarda Mouser e a mais baixa é de uma metralhadora Dreize. Duas das muitas armas que podem ser encontradas no Museu Militar do Porto.
As exigências da guerra colonial fizeram com que estas veteranissimas armas fossem abandonadas em detrimento de outras mais leves e práticas (só a Mauser pesava à volta de 7Kg, já para não falar da Dreize, que exigia 3 pessoas para ser operada: um apontador, um municiador e outro para trocar de cano quando este ficava incandescente!).
Neste museu pode ser encontrado um espólio vastíssimo de material militar, desde o séc. XVI até meados do séc. XX, compreendendo uniformes, artilharia ligeira e pesada, armas brancas, material de radiocomunicações, etc...
Além disso, possui uma invejável colecção de figuras em miniatura que ilustram a temática militar desde a antiguidade até à época contemporânea.
O edifício em que se situa foi sede da PIDE até ao dia 25 de Abril de 1974, tendo sido, por isso, cenário de torturas infames a muitos presos políticos, entre os quais, a ilustre Virgínia Moura.

Merece uma visita!

Aos interessados:

Museu Militar do Porto
Rua do Heroísmo, 329
4300 - 259 Porto

tel. 225 365 514
e-mail mmporto@adsl.tvtel.pt

Ao meu colega F.S., frequente visitador deste museu e muito mais versado nestas coisas das armas, deixo a liberdade de continuar a tecer considerações sobre este aprazível local.

terça-feira, setembro 06, 2005

Rolha


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Estava eu a abrir uma garrafinha de um Douro, quando me deparo com esta alarvidade: uma execrável rolha de plástico. Sim. Plástico. A tapar uma garrafa da região vinícola demarcada mais antiga do mundo, de um País que também é um grande produtor de cortiça. PLÁSTICO?!
Fiquei sem palavras. Comentem os meus pacientes leitores...

sábado, setembro 03, 2005

Racismo Eventual


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Um carro estacionado numa rua de Aveiro mostrava esta imagem. Não acho que tenha sido de propósito que o pisca lateral tivesse "calado" o indivíduo, mas de qualquer forma, achei piada.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Impotência

Os efeitos do furacão Katrina na cidade de Nova Orleães deixou perfeitamente claro que ninguém pode medir forças contra a Natureza, quando esta se enfurece. A "Grande Potência" americana viu-se, assim, impotente... Será desta feita que finalmente irão ganhar respeito pelo meio ambiente? Irá este acontecimento ter algum impacto nas resoluções americanas quanto ao Protocolo de Kyoto? Duvido...


Os meus sentimentos para aqueles que perderam os entes queridos e ficaram desalojados, com esta catástrofe.

Para quem quiser saber mais sobre furacões - Página da NASA