terça-feira, janeiro 31, 2006

"Angola é nossa!"

Inspirado na famosa afirmação colonialista de Salazar, lembrei-me de mencionar aqui Angola.

Não sobre os seus problemas económico-sociais e políticos, já muito debatidos, mas sobre um particular acontecimento desportivo.

Todos exultaram com a qualificação angolana para o Mundial de 2006. Foi uma festa enorme, com largo destaque noticioso e tudo. De novo eram um país irmão. Todos tínhamos então uma costela angolana. Etc, etc.

Passou a euforia e agora chegou a Taça das Nações Africanas (CAN).

Angola perdeu 3-1 com os Camarões (que, apesar de grande equipa, falharam o apuramento para o Mundial) e empataram sem golos com a República do Congo (que neste jogo alinhou com 10 jogadores durante 70 minutos!!). Restava tentar vencer o último jogo contra o Togo (desta feita um Mundialista, mas sem renome e de qualidade duvidosa). Lá venceram (3-2) mas a diferença de golos não permitiu o apuramento, restando assim observar no terceiro lugar à qualificação de Camarões e Congo para a fase seguinte da competição.

E nós? Que falamos disto?

Pouco. Somos só amigos com costela e irmãos para os bons momentos.

Diga lá outra vez, avôzinho?

Quem nunca ouviu no autocarro?

"Agora eram precisos dois Salazares em cada esquina para endireitar este país..."

Reforma activa

Está na moda, definitivamente!

Não há ninguém que queira ser alguém, que não acumule a sua pensão com uma actividade. São ministros, são deputados, presidentes da república, etc.

Acho que o resto dos portugueses devia fazer o mesmo para compensar a sua mísera reforma.

E começava por atribuir as funções de fiscais de obra aos reformados portuenses, por exemplo. Não há ninguém que passe tanto tempo como eles a olhar para uma fundação, uma viga, uma fossa. E como, na teoria, a experiência confere competência e saber, eles seriam os mais indicados para o serviço.

E instituía uma Liga Profissional de Sueca de Banco de Jardim. Até já vejo os patrocínios:

Liga "Reumon gel"

Taça "Tena Lady"

"Viagra Internacional Cup"

Ai se eu mandasse...



domingo, janeiro 29, 2006

Branco


Notícia de última hora!

Portugal alvo de golpe publicitário da OMO!

Branco mais branco não há!

O país coberto de neve... Évora, Lisboa, Algarve!

Só a minha querida Invicta escapou a este fenómeno... Para nós sobrou o frio, livre da beleza da neve...

Baaaaaah...

segunda-feira, janeiro 23, 2006

...

Eis um dia que amanheceu triste.

A partir de 9 de Março, nossos caros leitores, este espaço de opinião estará ameaçado pela censura, e os seus humildes opinadores estarão sujeitos à bastonada.

sábado, janeiro 21, 2006

Vinho do Porto

O título não é, nem de perto nem de longe, uma alusão ao estado de conservação de alguns dos candidatos a PR.
Tem a ver com o que se faz de melhor neste País e com tudo o que é feito para denegrir esse grande mérito que é a produção do melhor vinho do Mundo.
Vejam a notícia do Primeiro de Janeiro de hoje:
Bruxelas ameaça vinho do Porto
A Comissão Europeia prepara-se para dar luz verde à comercialização de vinhos da África do Sul com as designações «Vintage», «Tawny» e «Ruby», acabando com as menções tradicionais exclusivas ao Vinho do Porto. A decisão será tomada por Bruxelas nas próximas semanas.
"Depois do Comité de Gestão do Vinho da União Europeia ter analisado o pedido da África do Sul para comercializar vinho com as designações tradicionais do Porto, Bruxelas vai liberalizar o mercado do até agora denominado de Vinho do Porto. O ministro da Agricultura e Pescas português, Jaime Silva, teme que este seja o fim das expressões tradicionais exclusivas do vinho do Porto, uma vez que estas poderão passar a ser usadas em todos os vinhos, inclusive os de mesa. A colocação no mercado de vinhos com estas designações poderá levar à confusão dos consumidores. A autorização foi possível graças à alteração de um regulamento comunitário de 2004, que pôs fim à ligação exclusiva das menções «Vintage», «Tawny» e «Ruby» ao vinho do Porto, permitindo a sua utilização nos vinhos produzidos segundo certos requisitos, para estar de acordo com as regras da Organização Mundial de Comércio (OMC). Jaime Silva lamenta a passividade de Portugal na matéria, nomeadamente do então Governo social-democrata, altura em que a pasta da Agricultura se encontrava nas mãos de Armando Sevinate Pinto. Além disso, lembra o acordo firmado no ano passado entre a União Europeia e os Estados Unidos, que permitiu a continuação da comercialização internacional de vinho americano com as mesmas menções. O compromisso, aprovado em Dezembro no conselho de ministros da Agricultura da União Europeia com os votos contra de Portugal, Alemanha e Áustria e a abstenção da Grécia, foi considerado na altura por Jaime Silva como a abertura de uma “caixa de Pandora para a região demarcada mais antiga do Mundo”. A cedência à África do Sul é uma confirmação dos receios portugueses de que o acordo com os Estados Unidos abriu um precedente para o resto do Mundo. Por isso, Jaime Silva vai escrever à comissária europeia da Agricultura, Mariann Fischer-Boel, para que Bruxelas “ajude o vinho do Porto a firmar-se no mercado internacional. Segundo um acordo estabelecido entre a União e a África do Sul em 1999, aquele país africano podia utilizar as menções em causa no mercado doméstico até 2010, mas não podia exportá-las."

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Em quem vou votar

Todos sabem como nós, aqui no Chapéu, ficamos excitados na altura das eleições. Talvez porque somos pessoas com consciência política e que valorizamos a democracia, encontrando no acto eleitoral a forma mais directa de viver essa democracia. De escolher, dentro das limitações da democracia, as pessoas com quem mais nos identificamos ideologicamente e que acreditamos serem capazes de defender as nossas ideias.
Mais uma vez nos encontramos próximos de um acto eleitoral e já foi aqui traçado o “perfil” dos candidatos.
Creio que todas as candidaturas foram actos limitados e redutores de compromisso político, marcado por uma conjuntura circunstancial de falta de estratégia a longo prazo e, nalguns casos, por interesses obscuros de facções tecnocratas/economicistas da nossa sociedade. Neste caso, falo de Cavaco Silva. Noutros casos, da esquerda pluralista mas fragmentada.
Sempre desprezei, em democracia, a escolha de um mal menor ou o recurso ao voto útil. São vícios do sistema que devem ser previstos e evitados a bem do eleitorado. Mas quando se configura este cenário eleitoral, donde o Chefe de Estado será, de certeza, um homem, e com uma idade mais ou menos avançada e ideias limitadas a um certo plano – à direita falta consciência social e à esquerda, inteligência económica capaz de travar o capitalismo galopante – resta-nos escolher, também a nós com compromissos e limitações, o futuro Presidente. Que seja o melhor, pois “o fraco Rei faz fraca a forte gente”.
Dentro desta conjectura, vou aqui apresentar, então, a minha opinião e o meu apelo.
Não quero ver Cavaco em Belém. Ele não seria o Presidente de todos os Portugueses. Aqueles que apanharam as bastonadas nos protestos da ponte, da PSP, dos estudantes, dos trabalhadores da Marinha Grande, lá estão para o testemunhar. E também aqueles que foram censurados, amordaçados, que viram os seus livros e os seus filmes retirados do concurso a prémios de cultura, que viram as verbas desviadas para fora dos teatros, que viram programas de televisão retirados do ar.
Também não quero Soares. Escolhe-lo é fechar os olhos ao seu carácter bonacheirão e às suas estranhas amizades: Savimbi, Mobutu, a máfia da CIA – Carlucci, Kissinger. Soares é desonesto, ao apregoar os valores da Revolução Francesa ao mesmo tempo que apoiou os maiores facínoras africanos e americanos, que tanto terror causou aos desvalidos de África e da América do Sul.
Soares custa ao Estado muitos milhares de euros por mês, em reformas (mandatos presidenciais, mandatos na AR, Governo, etc...), segurança privada da PSP, uma Fundação absurda...
Jerónimo é popularíssimo e angaria multidões... mas é uma espécie de Lula português, com a agravante do seu discurso ter passado de coerente a repetitivo. E não tem hipóteses.
Louçã seria um excelente PR. Tem qualidades fantásticas, entre as quais a conciliação de um grande conhecimento económico com a consciência social. Incorpora a ideia de progresso e desenvolvimento como ninguém; é defensor das minorias (essencial num PR); é relativamente jovem, o que seria óptimo em termos de imagem internacional, mas... seria um elemento de enorme instabilidade política se eleito. E não tem hipóteses.
Tenho que falar de Garcia Pereira, senão, corro o risco dele me processar junto da CNE.
Ora, o brilhante advogado já teria sido Primeiro-ministro se tivesse ido para o PS ou PPD. Que fica ele a dever ao Durão, que, recorde-se, saiu do MRPP! Garcia Pereira é, de facto, acutilante e soberbamente genial – a entrevista na RTP a Judite de Sousa está lá para o comprovar. Mas... a única prova da sua falta crónica de inteligência é ter permanecido indefectivelmente maoista todos estes anos. E não tem hipóteses.
Para mim, de um ponto de vista estratégico, o mal menor é votar em Manuel Alegre. Perfil não lhe falta, e tem a vantagem de ter uma candidatura supra-partidária, que, aliás, constituiu um acto de grande coragem e abnegação. É culto, bem-falante e poeta.
Embora não admire o seu percurso político, sempre demasiado apegado ao soarismo, tarde se libertou – e mais vale tarde que nunca! – e se assumiu em franca e aberta oposição.
É um camaleónico de esquerda, com laivos de republicano daqueles antigos e ideias algo socialistas, apesar disso quase nunca se ter reflectido nos seus actos legislativos como deputado na AR – quase nunca se revelou contra a corrente de voto do PS.
É, principalmente, um patriota verdadeiro, da única pátria que eu também reconheço – a Língua Portuguesa.
Alegre é o melhor candidato elegível. Como tal, conta com o meu voto.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Marca festiva

Pois é...

O "Chapéu" fez um ano no passado dia 10.

Conseguimos aguentar passar 365 dias a escrever ideias "alternativas" (há quem lhes chame disparates) para dois ou três leitores ocasionais...

Acho que estamos de parabéns!

Hoje vou beber uns canecos em nossa honra...

Olhó passarinho!

Já não haverá aves neste nosso planetazinho?

É que de repente deixou de haver a catástrofe iminente das gripes com penas!

Ou alguém arranjou a solução definitiva e esqueceram-se de me avisar...

Já parecemos os americanos. Aparece uma abelha junto de um cãozinho morto e já existe uma invasão de abelhas assassinas africanas. Até que uma gaivota choca com um pára-brisas de um bólide e logo tudo se transforma no cenário de "Os Pássaros" do Mestre Hitchcock.

Qual será a próxima profecia do Armagedão?

Eu aposto nas borboletas que batem as asas na Nova Zelândia e geram um furacão no Entroncamento!

Gestão Divina

Só pode ser Instrumento de Gestão Divina.

Estou a referir-me aos espezinhamentos em Meca. Todo o santo ano (graçola espiritual à parte) acontecem mortes (e em "mortes" refiro-me a largas centenas) no seio das multidões que fazem a peregrinação ao centro islâmico do mundo.

Acho que é um meio de Deus, Alá, Jeová, Buda ou o que lhe quiserem chamar, proceder ao controle populacional, eliminando assim os mais fracos do rebanho.

Tal como acontece de vez em quando com os terramotos, maremotos, epidemias e outras ferramentas de Natureza Divina.

Ou então, se formos ateus/agnósticos, é tudo um azar do caraças, que haveria de acontecer mais cedo ou mais tarde, e que não é nada mau que vá acontecendo longe de nós.

É à escolha do freguês.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Hum...

A única coisa boa na candidatura de Soares é a Mandatária.

sábado, janeiro 07, 2006

Parelha

É engraçado o mundo da política.

São engraçadas as situações que se nos deparam.

Como por exemplo, gajos que não se gramam, de estilos incomparavelmente opostos, mas que se aturam por uns dias em prol de interesses próprios.


O Austero Professor, passa a linhar no circo temporariamente e o Malabarista até passa a respeitar o tipo que queria expulsar da sua trupe.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Até aqui se vê...

Até nas traduções do Firefox os Portugueses gostam de ser o carro-vassoura. O nosso idioma é, em conjunto com o Asturiano (??), o Albanês e o Africânder, o único a não ter tradução para a mais recente versão (1.5) lançada em fins de Novembro de 2005...


quarta-feira, janeiro 04, 2006

Milagre Azul

Como um dos "felizes" milhões de internautas que recebem ocasionalmente spam, chegou até mim uma notícia que anunciava a existência de um genérico para o Viagra!

Se é verdadeiro ou não, não sei, mas se o for, pode representar uma significativa melhoria de vida para os velhinhos! Ora sigam o meu raciocínio... Se ele for longe demais esperem uns minutos, porque ele volta.

Os genéricos representam, regra geral, um custo inferir para o bolso dos "pacientes". Assim sendo os velhinhos escusam de gastar as suas poupanças todas no famoso comprimido azul, sobrando assim dinheiro para as megeras!

Porque, convenhamos, sem o dinheiro para as "meninas" de pouco lhes servia o efeito do medicamento, não é verdade?

Já estou a imaginar o Jardim de S. Lázaro a fervilhar de vida!

P.S.: Hummm, isto de o jardim ter o nome de um ressuscitado é bastante apropriado, não?