quarta-feira, outubro 18, 2006

Rivolição

A ameaça de passar para os privados a gestão do Teatro Municipal Rivoli, desencadeou uma resposta de força por parte de um grupo de pessoas, que no Domingo à noite, após uma peça de teatro no pequeno auditório, decidiu permanecer dentro das instalações do teatro em protesto. Ainda lá estão!
Foi preciso uma ameaça de privatização do programa cultural do referido teatro, abrindo-o a LaFérias e quejandos, para desencadear uma pequeníssima revolução cultural à escala da Praça D. João I. O que não foi referido é que a produção cultural da cidade do Porto, salvo honrosas excepções, é reconhecidamente elitista e destina-se a uma minoria culturalmente tão avançada que fazem bandeira desse seu gosto eclético pela cultura, encontrando-se, na maior parte das vezes, de pessoas perdidas na sua própria escolha de uma vida aborrecida, de um ciclo vicioso de criatividade absurda e entediante.
Os teatros estão sempre vazios não porque as pessoas não gostem de ir ao teatro. Estão vazios porque não oferecem diversidade. Porque não se afirmam como uma verdadeira opção de uma noite bem passada. Porque não publicitam suficientemente as suas produções. Porque não apostam no marketing cultural nem em iniciativas de dinamização cultural que saiam do espaço das paredes do próprio teatro e envolvam as ruas e os seus cidadãos.
Os teatros estão vazios porque são caros. Os teatros estão vazios porque se tornou muito desagradável andar pelo centro do Porto à noite.
Não concordo em absoluto com uma gestão privada de um teatro municipal. O Rivoli é coisa pública, e como tal, tem que ser gerido por nós, espectadores, munícipes, cidadãos.
Agora, a sua programação tem que ser mais variada, tem que ir ao encontro de um maior número de pessoas, de públicos. Tem que ter a função de educar esses mesmos públicos. Tem que ser mais acessível.
E o próprio Rivoli tem que estar mais protegido, mais enquadrado num espaço urbano que se quer seguro, limpo, iluminado, agradável de percorrer, mesmo nestas noites chuvosas que se vivem.
Pelo menos, os sitiados no teatro não se molham nem têm muito frio. Se as portas abrissem, ainda me ia juntar a eles...

4 comentários:

tripeiro invicto disse...

São uma cambada de betos que pensam que são artistas só por andarem sempre bêbados e charrados e de serem gays.
Porque se fossem pobres eram uma cambada de bêbados, drogados e paneleiros

Rui Valdiviesso disse...

O caríssimo FR faz alegações muito graves! Está a dizer que é preciso ser rico para ser artista?

tripeiro invicto disse...

Não sei onde voCê foi buscar isso. Estava a referir-me exclusivamnete aos senhores e senhoras que ocuparam o rivoli

Anónimo disse...

Amanhã bem cedo o tribunal terá novidades sobre esta semana de larga audiência televisiva do Rivoli... Houve teatro e público, oralila!