Acabou definitivamente o percurso de Portugal no Mundial 2006...
Creio que o balanço é extremamente positivo, principalmente pelos resultados (se bem que o resultados do jogo contra a Alemanha é injusto) e acho que as exibições, sem serem de "encher o olho", como se costuma dizer, foram também boas.
Creio que a nossa Seleção ganhou alguma serenidade e maturidade, restando agora dar continuidade à evolução registada até aqui. Também eu não gosto do feitio do Sr. Scolari, e critico várias das suas escolhas e teimosias, mas reconheço-lhe um cunho pessoal que conseguiu passar para este grupo. Somos agora um pouco mais objectivos, um bocado em detrimento de um futebol bonito que sempre nos reconheceram, mas que era parco de objectividade. Chegaram mesmo a dizer que "se o futebol se jogasse sem balizas, Portugal seria a melhor Selecção do mundo"! Os nossos jogadores formam acima de tudo um grupo unido e solidário.
Falta-nos agora aquela faísca extra, que as grandes equipas têm, quando precisam de ir atrás do resultado. Gerimos bem o resultado, quando estamos a ganhar, temos a capacidade de sofrimento suficiente para aguentar uma equipa em superioridade numérica a vir p'ra cima de nós... Mas ainda não possuímos a ambição em dose suficiente para, por exemplo, quando jogamos em superioridade numérica, dominarmos os adversários, ou quando necessitamos dar a volta ao resultado, não temos ainda aquela dose extra (e bem equilibrada) de determinação e discernimento para triunfar...
Mas parece-me que caminhamos a passo seguro para esse objectivo.
Confesso que já vi com piores olhos a continuidade do Sr. Scolari no comando da nossa Selecção.
sábado, julho 08, 2006
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2 comentários:
Eu sei que é fácil criticar quando as coisas correm mal. A questão é que a campanha no Mundial correu muito bem à Selecção de jogadores da FPF. Um quarto lugar é excelente numa competição deste nível, com esta amplitude e com este número de intervenientes. Apesar disso, não gostei da forma como o Sr. Scolari encarou a questão táctica, sem coragem e com uma visão redutora do futebol.
Se podemos atribuír méritos ao seleccionador, estes vão para o espírito de união do grupo, a capacidade de luta, a confiança que dá a alguns jogadores, principalmente ao Ricardo, e ao facto de possuír uma "estrelinha" da sorte ou Senhora de Caravaggio ou o que quer que seja.
Mas isto não chega.
Quando Scolari diz que confia inteira e igualmente nos 23 jogadores que convocou, isto significa que não irá desprezar o trabalho de nenhum deles. E tal não aconteceu: excedeu no uso de alguns, que fizeram este último jogo já extremamente cansados, em baixo rendimento, como por exemplo o Nuno Valente, ou como o Figo no jogo com a França. Nesta recta final, continuou a insistir num Pauleta desinspirado e pouco ou mal servido, em contraste com o Nuno "Gomes" que, contra a Alemanha demonstrou mais uma vez, no pouco tempo que esteve em campo, as suas excelentes qualidades de ponta-de-lança com um golo de grande primor técnico. Mesmo no jogo das meias, poderia ter apostado mais na rapidez do Simão em detrimento de Figo (não me podes acusar de ser faccioso e desvalorizar o trabalho dos jogadores do Benfica).
Isto já para não falar de outros que nunca jogaram ou nem sequer foram convocados. Boa Morte é um extremo de grande capacidade física, mas nunca foi utilizado, mesmo com as alas a perder rendimento pelo cansaço ou pelo vigor dos laterais adversários. E o velho caso do Quaresma? E o Pedro Emanuel não teria feito falta à defesa?
A campanha foi boa, teve vitórias e um honroso quarto lugar.
Mas não seria possível fazer melhor, com aquele excelente lote de jogadores? Não sei. Só se eu fosse o Zandinga é que adivinharia uma coisa dessas. Mas acho que não foram exploradas as melhores possibilidades tácticas. Há momentos em que se deveria ter corrido mais riscos e arriscado mais cedo. Há jogadores que deveriam ter jogado pois aqueles que jogaram já não estavam tão frescos fisicamente.
Se o Sr. Scolari tem muito mérito e experiência, falta-lhe um pouco de discernimento, especialmente em ciência de futebol.
Grande chefe, não encares isto como um comentário às tuas críticas ao Sr. Scolari... Como aqui afirmei há muitas coisas com as quais discordo, nas abordagens técnico-tácticas... E também não gosto da sua atitude. Mas achei que também se podia falar um bocado do que de bom ele à nossa Selecção... Nada mais. Muito menos mencionei preferências clubistas ou algo do género. Além disso, mencionei no texto algumas das falhas que esta Selecção apresentou, sendo que algumas já são vícios antigos e outras são a vertente negativa dos aspectos que melhoramos, sem termos encontrado um equilibrio que nos permita aspirarmos a outros vôos mais altos, de imediato.
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