quinta-feira, julho 06, 2006

Ainda se pode chegar a terceiro

A selecção de jogadores da LPF falhou a presença na final do Mundial. Porquê? Porque só a 18 minutos do fim do jogo, e já com a maior parte dos jogadores mortos do cansaço de uma campanha desgastante (o último jogo teve prolongamento e penaltis emocionantes), o Sr. Seleccionador decidiu arriscar num esquema com um ponta-de-lança mais ou menos verdadeiro (Postiga) e dois inventados (Ronaldo e Meira). E porque durante a maior parte do jogo, Portugal jogou com 10, pois Pauleta esteve longe, muito longe do seu nível médio. Enquanto isto, Nuno "Gomes" desesperava no banco, mesmo sendo o ponta-de-lança com maior vocação para criar espaços, fazer jogo e ajudar a linha de médios a subir para criar perigo. Deco esteve sempre demasiado atrás do ataque, nunca subindo o esperado, pois o Sr. Seleccionador quis sempre jogar pelo seguro e contar com a sua capacidade de recuperador. Ronaldo foi um lutador solitário, de quando em vez ajudado por um Figo competente no passe mas extenuado, ou por um Maniche sempre corajoso, mas, também, desapoiado. O melhor jogador da Selecção neste jogo foi o Nuno Valente, que fez sozinho todo o flanco esquerdo, dando uma ajuda preciosa ao extremo, nunca vendo, no entanto, esta combinação surtir efeito dada a falta de um finalizador consistente.
Por sua vez, a França soube gerir magistralmente a frescura dos seus jogadores, o seu nível físico e, mais importante, os tempos de jogo. Zidane é mágico em reter a bola, organizar, criar, inventar. O futebol, sem ele, fica mais pobre. E teve o mérito de marcar um penalti ao Ricardo.
Scolari, à semelhança da Grécia de 2004, não soube inovar. Não soube criar o efeito surpresa, nem arriscar. Perdeu tempo precioso. O jogo contra a Inglaterra já tinha sido assim, um arrastar de meio-campo a passar a bola à espera de brechas, sem arriscar, sem inovar, sem encontrar soluções novas ou utilizar outras que viessem estudadas de treino. O próprio Pauleta saíu prejudicado, pois esse medo do risco não ajuda um ponta-de-lança que joga bem com aberturas rápidas pelo chão ou com bolas pingadas, visto este tipo de jogo significar que, em metade das vezes que ocorre, a bola é perdida para a equipa adversária.
Se a selecção de (qause) todos nós não está na final, é por mérito dos franceses em primeiro lugar, bem organizados tacticamente e mais "frescos", e por causa da teimosia e do conservadorismo de Scolari em segundo lugar.
Apesar das vitórias da "era Scolari", sinceramente, preferia a "Selecção de Todos Nós" do Euro 2000. Essa perdeu igualmente com a França, mas arriscou, inovou, jogou bonito e surpreendeu.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo com tudo o que foi dito aqui! Esta seleção sempre viveu da sorte e da habiladade do Ricardo em defender um penalti. Pois Zidane ao contrário dos outros sabes marca-los e isso notou-se. O Fifo não corre, faz sempre aquela finta, para à frente do adversário e depois passa a bola pois já não têm pernas para fazer aqueles arranques de antigamente, enquanto isso o simao continuava no banco.
O Pauleta è bom a marcar golos aos queijos, quando aparece uma defesa bem sólida não faz nada.
Perdemos e tive pena disso pois não gosto de avecs, mais nada. que venha o 3º lugar