Decorre na RTP o "concurso" para eleger o maior português de sempre, por votação directa do público, quer seja por telefone, sms ou e-mail.
É uma espécie de BigBrother histórico, uma adaptação do formato da BBC em que se perfilam as personalidades consideradas maiores num país.
Pois este concurso não tem razão de ser, pois o maior português de sempre, também um dos maiores homens do mundo, é, sem dúvida, Gabriel Mondlane (1945-1990), o gigante moçambicano com 2,45 metros de altura.
Por outro lado, este concurso é, também, discriminatório. Porquê o maior? E o menor português não tem direito?
Sobre isto, ficam aqui uns excertos do livro "Viagem com branco no bolso", de Manuel da Silva Ramos, cortesia do blog Arcozelo no Mapa:
"O moçambicano Gabriel Estêvão Mondlane, nascido em 1945 e falecido em 1990, com 2,45 metros de altura, mais conhecido por Gigante de Manjacaze, foi registado numa certa altura do século passado no "Guiness Book" como o homem mais alto do mundo numa época em que era considerado no referido livro de recordes como o homem mais baixo do mundo o português António Lopes Ferreira, nascido em 1943 e falecido em 1989, de 75 centímetros de altura, mais conhecido como o Toninho (ou anão) de Arcozelo. (...) tendo 75 centímetros de altura, as mulheres dificilmente conseguiriam dançar com ele normalmente. Então, estas mulheres dançavam com ele no colo, como se de uma criança se tratasse".
Somos um estranho país, capaz do maior e do menor ao mesmo tempo.
2 comentários:
Pois eu concordo perfeitamente contigo, caro companheiro. Este tipo de sufrágio é absurdo. Até porque se quisessem fazer isto correctamente, sem incorrer na redundância que referiste, teriam de lhe chamar "A Maior Personalidade Portuguesa de Sempre"... E todos nós sabemos que isso já foi encontrado... E altamente proclamado pelo próprio, em formas subtis e, largas vezes, bem menos subtis... Creio que sabem que me refiro ao grande Pacheco Pereira, cujo ego rivaliza apenas com o Mourinho!
Eu cá vou-me abster...
Jorge Nuno Pinto da Costa.
Venceu tudo o que tinha para ganhar, contra tudo e contra todos. isto tudo num País como o nosso Portugal.
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