Uma das mais engenhosas formas de ganhar dinheiro que me lembro era aquele elefante do Jardim Zoológico de Lisboa que tocava uma sineta quando lhe davam uma moeda. Ora eu, fui uns do que lhe puseram uma moeda na tromba, enquanto criança. Lembro-me que o bafo que vinha de dentro era quente e húmido que o dito apêndice era salpicado de pêlos, quase lúbrico. Observei maravilhado a destreza do animal, a pegar na dita moeda das minhas mãos estendidas. Pensando bem é triste ver um mastodonte daqueles a ser explorado daquela forma, mas os benefícios que obteve era maiores que os vícios sofridos, suponho. Faz-me lembrar um episódio de um dos romances do Patrick O'Brian: certa vez trouxeram a bordo uma preguiça, para o Dr. Stephen Maturin estudar, mas que era tratada como mascote do navio pelos marinheiros. Ora estes induziram na criatura, por a acharem sempre sisuda, um singular vício, que se tornou dependência, muito para gáudio dos seus promotores e para desespero do Dr. Maturin: O rum.
Noutra ocasião enquanto criança tive a experiência de montar um elefante, qual Aníbal Barca a transpor os Alpes. Não que eu soubesse quem era Aníbal na altura, mas era claro que quem quer que montasse uns destes animais tinha e ser uma pessoa importante. Foi o meu avô que pagou a aventura, depois de uma sessão de circo. Tive direito a uma fotografia tirada por uma Polaroid montado naquele dorso enorme, que as minhas pernas mal podiam abranger. Lembro-me que o animal tinha uma corrente à volta do pescoço, onde me agarrei com firmeza. Dessa experiência retenho a textura singular da pele do animal e o seu cheiro particular. Quando agora recordo esses momentos não consigo imaginar o odor do elefante, mas sei que o reconheceria em qualquer lugar, tal como qualquer homem reconhece o perfume de uma velha amante, quando este o envolve de novo, por mais anos que sejam volvidos.
Acho que o Jardim Zoológico está a treinar outro animal para aquele serviço importante nos jardins da Residência Oficial do Primeiro Ministro. Desta feitas só aceita notas.
Noutra ocasião enquanto criança tive a experiência de montar um elefante, qual Aníbal Barca a transpor os Alpes. Não que eu soubesse quem era Aníbal na altura, mas era claro que quem quer que montasse uns destes animais tinha e ser uma pessoa importante. Foi o meu avô que pagou a aventura, depois de uma sessão de circo. Tive direito a uma fotografia tirada por uma Polaroid montado naquele dorso enorme, que as minhas pernas mal podiam abranger. Lembro-me que o animal tinha uma corrente à volta do pescoço, onde me agarrei com firmeza. Dessa experiência retenho a textura singular da pele do animal e o seu cheiro particular. Quando agora recordo esses momentos não consigo imaginar o odor do elefante, mas sei que o reconheceria em qualquer lugar, tal como qualquer homem reconhece o perfume de uma velha amante, quando este o envolve de novo, por mais anos que sejam volvidos.
Acho que o Jardim Zoológico está a treinar outro animal para aquele serviço importante nos jardins da Residência Oficial do Primeiro Ministro. Desta feitas só aceita notas.
3 comentários:
Entrementes o governo vai-se ocupando com outros paquidermes, desta vez albinos (vulgo elefantes brancos), tais como os urgentíssimos TGV e o aeroporto da Ota... Os portugueses podem viver sem reformas decentes e sem emprego mas que ninguém lhes tire as viagenzinhas...
Caro horned_dog, acho que é uma questão de estratégia, que a meu ver não está totalmente errada, isto porque todas as infraestruturas que vão ser criadas abrem portas ao emprego.
Contudo acho que o TGV será mais importante do que propriamente o aeroporto da Ota mas deixo isso para outra altura.
Em relação às reformas acho que tem toda a razão em estar angustiado.
Abraço.
Muito bom texto. Digno.
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