A gripe das aves é mais uma das muitas e nefastas consequências do consumismo e da sobreexploração dos recursos naturais.
Que direito tem um produtor de negar as necessidades básicas a uma dada espécie, com vista unicamente no maior lucro possível? Nenhum, claro! Mas nós, criaturas antropocêntricas por natureza, só nos podemos aperceber disso na medida em que somos prejudicados na nossa própria existência.
Infelizmente, as medidas preventivas deste tipo de situações são muito difíceis de aplicar, dado que há muito capital envolvido. Aqui, como em tudo o que meta dinheiro, cria-se uma hierarquia de aproveitadores dos males dos outros (sendo que os outros tanto podem ser animais humanos como não humanos).
Num nível mais baixo, estão os produtores de aves de aviário. A eles, como já vimos, interessa-lhes a rentabilidade máxima, e não têm escrúpulos em forçar ao máximo a indignidade dos efémeros portadores da sua matéria-prima – as aves – desde que seja rentável.
A um nível superior, encontram-se os senhores da indústria farmacêutica, e estes, sim, têm um aproveitamento duplo desta situação. Se por um lado, os aviários exigem grande quantidade de antibióticos e outros medicamentos, por outro, as doenças humanas que daí advêm, exigem muito mais. A caça aos antigripais já começou!
Estes lobbies poderosíssimos inspiram em mim o pessimismo que aprendi com Luís Sepúlveda, que afirma ser extremamente difícil suportar medidas que mexam com o capital.
De qualquer forma, uma solução razoável para prevenir este tipo de situações epidémicas seria legislar, com consciência e a participação de veterinários, biólogos e outros técnicos e teóricos, as condições mínimas em que um aviário pode funcionar. E estas condições dizem respeito, sobretudo, ao espaço disponível para cada ave, ao uso de medicamentos e às acções de limpeza e desinfecção.
Outra das acções a tomar, com certa urgência, é a limitação das populações de pombos urbanos, as tais ratazanas com asas, que, ao contrário daquilo que os técnicos afirmam, poderão não estar imunes a estirpes do vírus das aves. De qualquer forma, são um grande foco de doenças, além de destruírem o património arquitectónico e monumental das cidades.
Depois, se os pombos se tornarem, por acaso, portadores do vírus, o seu contacto privilegiado com a população humana e de outros animais urbanos, pode tornar-se num problemático foco de contágio.
Quanto à passarada migratória, considero ser a mínima das preocupações para o nosso país. Talvez os países da Europa de Leste tenham que controlar mais a saúde dos seus migradores, mas aqui em Portugal, os eixos preferenciais da migração são Norte-Sul. Preocupemo-nos se a gripe chegar a Marrocos. Se vierem aves de Leste, o mais provável é que, se estiverem infectadas e doentes, morram antes de chegar cá.
As feiras ao ar livre também não devem constituir grande problema, se forem cumpridas certas medidas de segurança, como por exemplo, a limpeza escrupulosa dos dejectos, penas e restos de alimentos que ficam nos terreiros.
Já chega de fechar os olhos à realidade. É muito mais provável que o vírus se dissemine nos aviários que em qualquer outro lado. E aqui, os tratadores das aves e as suas famílias, são o principal grupo de risco.
Voltarei quando houver mais novidades. Até lá, não se ponham a fugir dos passarinhos, eles têm mais a temer de nós que nós deles.
Que direito tem um produtor de negar as necessidades básicas a uma dada espécie, com vista unicamente no maior lucro possível? Nenhum, claro! Mas nós, criaturas antropocêntricas por natureza, só nos podemos aperceber disso na medida em que somos prejudicados na nossa própria existência.
Infelizmente, as medidas preventivas deste tipo de situações são muito difíceis de aplicar, dado que há muito capital envolvido. Aqui, como em tudo o que meta dinheiro, cria-se uma hierarquia de aproveitadores dos males dos outros (sendo que os outros tanto podem ser animais humanos como não humanos).
Num nível mais baixo, estão os produtores de aves de aviário. A eles, como já vimos, interessa-lhes a rentabilidade máxima, e não têm escrúpulos em forçar ao máximo a indignidade dos efémeros portadores da sua matéria-prima – as aves – desde que seja rentável.
A um nível superior, encontram-se os senhores da indústria farmacêutica, e estes, sim, têm um aproveitamento duplo desta situação. Se por um lado, os aviários exigem grande quantidade de antibióticos e outros medicamentos, por outro, as doenças humanas que daí advêm, exigem muito mais. A caça aos antigripais já começou!
Estes lobbies poderosíssimos inspiram em mim o pessimismo que aprendi com Luís Sepúlveda, que afirma ser extremamente difícil suportar medidas que mexam com o capital.
De qualquer forma, uma solução razoável para prevenir este tipo de situações epidémicas seria legislar, com consciência e a participação de veterinários, biólogos e outros técnicos e teóricos, as condições mínimas em que um aviário pode funcionar. E estas condições dizem respeito, sobretudo, ao espaço disponível para cada ave, ao uso de medicamentos e às acções de limpeza e desinfecção.
Outra das acções a tomar, com certa urgência, é a limitação das populações de pombos urbanos, as tais ratazanas com asas, que, ao contrário daquilo que os técnicos afirmam, poderão não estar imunes a estirpes do vírus das aves. De qualquer forma, são um grande foco de doenças, além de destruírem o património arquitectónico e monumental das cidades.
Depois, se os pombos se tornarem, por acaso, portadores do vírus, o seu contacto privilegiado com a população humana e de outros animais urbanos, pode tornar-se num problemático foco de contágio.
Quanto à passarada migratória, considero ser a mínima das preocupações para o nosso país. Talvez os países da Europa de Leste tenham que controlar mais a saúde dos seus migradores, mas aqui em Portugal, os eixos preferenciais da migração são Norte-Sul. Preocupemo-nos se a gripe chegar a Marrocos. Se vierem aves de Leste, o mais provável é que, se estiverem infectadas e doentes, morram antes de chegar cá.
As feiras ao ar livre também não devem constituir grande problema, se forem cumpridas certas medidas de segurança, como por exemplo, a limpeza escrupulosa dos dejectos, penas e restos de alimentos que ficam nos terreiros.
Já chega de fechar os olhos à realidade. É muito mais provável que o vírus se dissemine nos aviários que em qualquer outro lado. E aqui, os tratadores das aves e as suas famílias, são o principal grupo de risco.
Voltarei quando houver mais novidades. Até lá, não se ponham a fugir dos passarinhos, eles têm mais a temer de nós que nós deles.
1 comentário:
Peço mais uma vez desculpas pela utilização abusiva e descarada de conhecimentos científicos sérios nos meus posts! É mais forte que eu! Já tentei tratar-me, mas nada resulta! Até já fiz a técnica dos 12 passos, entrei para a REMAR, encomendei a minha vida a Jesus e, por fim, tirei aulas de suicídio com o Zé Maria do BB1, mas a única coisa que aprendi foi a urinar em pontes. Perdoem-me!
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