quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Presos ao passado

Hoje gostaria de partilhar convosco uma reflexão, reflexão essa que se deve às duas cidadãs portuguesas que se pretendem casar. Tanto quanto sei podiam ser minhas vizinhas do lado. Ou suas, caro leitor. Saiba já agora em que houve tempos em que Portugal esteve na "forefront" do pensamento mundial - relembre-se a abolição da pena de morte. Mas agora como bem se sabe, em Portugal não existe ninguém capaz de ter ideias de vanguarda *E* de tomar atitudes consonantes com o Futuro - ora das duas uma:

A) Faltam tomates;
B) Falta cérebro;

Por que raio não conseguem os idiotas que nos governam tomar uma ##$% de uma atitude com tomates e cortar através da lei com os dogmas e injustiças idiotas como a penalização do aborto, o casamento entre membros do mesmo sexo, a penalização de consumo de drogas leves, etc... Antigamente dizia-se que a culpa que era da mentalidade mediterrânica, da herança do fascismo, etc... Mas que raio, não tiveram os nossos vizinhos do lado um Franco? E isso impediu o governo espanhol de fazer finalmente justiça a um grupo da sociedade tradicionalmente prejudicado e perseguido e permitir o casamento a homossexuais? E mais! Espanha é um país oficialmente católico, enquanto nós somos laicos...

Sabem, eu já descobri. Uma pessoa não escolhe o partido nem o sector partidário a que pertence. Essa escolha é automática e depende da educação e formação de uma pessoa. Dá-me ideia que as pessoas da direita gostam de achincalhar o próximo, fazê-lo sofrer pelos erros ou opções erradas que toma. Fazê-lo vestir o sambenito de condenado como se para um auto-de-fé caminhasse por nascer de uma forma diferente ao que acham que deve ser o padrão.






3 comentários:

Anónimo disse...

O que falta mesmo nesta história Portuguesa é um bom par de tomates para as coisas se resolverem

Rui Valdiviesso disse...

Eu também diria que sobra ignorância. E intolerância.
Ninguém deveria ser descriminado com base no sexo ou nalguma doença ou enfermidade ou anomalia psiquátrica de que seja portador. Mais não digo, pois a minha opinião no que concerne aos assuntos da homossexualidade são assaz polémicos. São baseados em conhecimentos da Sociobiologia, da Etologia, da Evolução, etc... São demasiado "crús" para serem introduzidos "a frio".
Sou, no entanto, extremamente tolerante, e concordo plenamente com a legalização do casamento e/ou união de facto entre pessoas do mesmo sexo.
Pena que os sucessivos governos tenham vindo concumitantemente a fechar os olhos a este tipo de problemas. É como se negassem a existência de algo que é verdadeiro, palpável, emergente.
Como, por exemplo, no caso das salas de injecção assitida nas prisões. Como a auto-administração de estupfacientes é restrita/proibida nas prisões, o governo de então entendeu, simplesmente, que ela não existia, quando a realidade é exactamente a oposta.
A liberdade sexual existe! Pode não se gostar. Pode não se concordar com um ou outro aspecto da legislação que já há noutros países da UE. Mas existe. Pode ter-se perspectivas diferentes acerca do fenómeno bio-psico-sociológico da homossexualidade, mas o que é realmente importante é que ela existe.
Vamos aprender a viver com isso? Claro! É urgente abrir os olhos.

Rui Valdiviesso disse...

Ah... e se no futuro fossem os nossos filhos a sofrer da intolerância, da falta de legislação, da falta de um canto na sociedade onde eles se sentissem seguros e felizes? Fosse por que motivo fosse...
Temos que pensar no país que queremos para o futuro.