segunda-feira, fevereiro 28, 2005
Do exílio
domingo, fevereiro 27, 2005
Autocarros...
Por isso vou dedicar uma série de posts aos maravilhosos utilizadores do serviço de transportes da Cidade do Porto que me arruinam o juízo!
Vou começar assim:
Velhotes que passam a viagem toda a falar (bem alto!) de como tudo no tempo do Salazar era melhor e agora era necessário pelo menos um Salazar em cada esquina pra endireitar este País...
Aguardem o próximo...
quinta-feira, fevereiro 24, 2005
Darth Paulo II
quarta-feira, fevereiro 23, 2005
Circo Tecnológico
Outra coisa que tem de ser revista é o B.I. - para quando uma versão electrónica que agregue diferentes informações (cartão de eleitor, cartão de contribuinte, caderneta militar, cartão de utente da Saúde, cartão da Segurança Social) num só cartão? É que estes actuais já são relíquias de outros tempos - e até um menino de 6 anos com a devida orientação os consegue falsificar... Que o digam os brasileiros a trabalhar por essa Europa fora que os arranjam por 100 EUR...
terça-feira, fevereiro 22, 2005
Guinada à esquerda...
Esperos que esta mudança de poleiro possa trazer na realidade melhorias ao País e que este protesto não tenha sido em vão...
Que não seja apenas uma mudança de caras... Ou melhor, que não mudem só as moscas!
domingo, fevereiro 20, 2005
Dever cívico
E quais as causas da renovada corrida às urnas? Eu creio que isto corrobora as teorias da péssima governação deste(s) último(s) mandato(s)...
P.S. (Post Scriptum, nada de siglas políticas!): Escrevo este post antes da urnas fecharem e sem qualquer noção do resultados final ou percentagem de abstenção. Todo este raciocínio resulta da quantidade de gente que encontrei ao ir votar... Muito científico, não?
quarta-feira, fevereiro 16, 2005
Obra
"Nasceu a 22 de Março de 1907, em Aljustrel, Fátima. Aos 10 anos, foi uma das três crianças a quem Nossa Senhora falou. A terceira parte do segredo de Fátima, foi escrito pela irmã Lúcia, a mais velha dos videntes e prima de Jacinta e Francisco Marto, por ordem do bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, a 3 de Janeiro de 1944, quando se encontrava em Tuy, Espanha. O envelope selado só foi aberto pelo patriarca de Lisboa e pelo bispo de Leiria em 1960.
O documento ficaria bem guardado na diocese até ser mais tarde enviado pelo próprio bispo ao Vaticano, onde permaneceu em segredo até Maio de 2000, dia em que João Paulo II visitou o Santuário de Fátima, pela terceira vez, para beatificar os pastorinhos.
A Irmã Lúcia é a vidente de Fátima.
Em 17 de Junho de 1921 entrou como aluna no colégio das Irmãs Doroteias em Vilar, Porto.
Decidida a ser religiosa doroteia iniciou o postulantado em Pontevedra em 1925.
No dia 2 de Outubro de 1926 deu início ao noviciado em Tuy.
Professou no dia 3 de Outubro de 1928 em Tuy e alí permanece uns anos.
Em 1934 voltou para a comunidade de Pontevedra.
Em 1937 voltou de novo para a comunidade de Tuy.
Em 1946 regressou a Portugal para ser integrada na Casa do Sardão, em Vila Nova de Gaia.
Em 25 de Março de 1948 entrou para o Carmelo de Santa Teresa em Coimbra.
Em 13 de Maio de 1948 tomou o hábito de Carmelita e professou em 31 de Maio de 1949.
Dedica a sua vida à oração e à contemplação, como resposta à mensagem de Fátima.
Escreveu as Memórias (2 volumes) e os Apelos da Mensagem de Fátima."
Fim de citação. Sem obras referidas.
Numa nova procura rápida e superficial, sobre a obra de Irmã Lúcia tropecei num link, perdido no meios de outros irrelevantes, que me remeteu para um artigo no site do Instituto Camões, da autoria de António Marujo. Este texto revela a promiscuidade da Igreja Católica Portuguesa com a ditadura salazarista, com menções a revelações divinas tidas por Irmã Lúcia que indicavam Salazar como o governante português escolhido por Deus... De facto Deus odeia-nos! Neste texto é possível encontrar citações de frases engraçadas tais como: "O Senhor [Deus] deu à Nação portuguesa um chefe de governo que tem sabido conquistar não só o amor do seu povo mas também o respeito e estima do mundo." da autoria do Papa Pio XII.
Leitura recomendada, digo eu...
E, entusiasmado, voltei a escrever um post enormíssimo...
Desculpem-me!
"I knew him well, Horatio..." ou será "Horatio, I knew him well..."? bah...
terça-feira, fevereiro 15, 2005
Tempo de Antena
PCTP/MRPP: Aquela "Internacional" em surdina à entrada e saída do tempo de antena arrebata-me.
PPD/PSD: O banjo do "O PSD fez e o PS não vai mudar". O Durão Barroso, presidente da comissão europeia, a fazer campanha (aí aí Zézinho, vais ter problemas...).
CDU: O hino é excelente. Até o menino Jesus o sabe trautear.
Nixon
Afinal a América de Nixon é igual ao Portugal do ano 2005. Já só temos 20 anos de atraso mental.
Ver pra crer...
Quem sabe, a esta hora poderíamos estar a rever a gravação da aparição de Fátima que o pastorinho Francisco teria feito com o seu telemóvel com câmara incluída... Ou com a sua Camcorder...
E com uma mensagem sms para um daqueles números com 4 algarismos, por meros 75 cêntimos, os dedicados beatos podiam receber uma mms com a imagem do coração perfurado por espinhos de Nossa Senhora de Fátima, para usar no seu ecrã colorido.
Ah, o progresso, o progresso...
Clausura
A senhora, ou menina, como o estado civil de Lúcia a permite classificar, passou a maior parte de sua vida enclausurada num convento, longe de tudo e de todos. Tudo por causa de uma visão e um punhado de segredos revelados por Nossa Senhora (a de Fátima, não confundir com outras que aparecem por esse mundo fora). Terá valido a pena? A certo ponto não teria sido melhor confessar (ou inventar) que tudo não tinha passado de um delírio conjunto ou desculpa esfarrapada pra vadiagem?
De qualquer maneira, faleceu aos 97 anos, pode dizer-se que foi na horinha dela, bem conservada e quem me dera a mim chegar aos 80 que seja...
Devo dizer que me inspirou mais tristeza a partida de Madre Teresa de Calcutá...
Não me chamem pouco patriótico, apenas realista!
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
Vida Impressionante
Nascer no campo num Portugal pobre. E dizer pobre é favor. Pobre de espírito e paupérrimo economicamente. Não aprender a ler nem a escrever e trabalhar como pastora desde a mais tenra infância. Tomar conta dos ranhosos irmãos mais novos. Levar porrada por tudo e por nada. Evidentemente que um espírito assim preso, encontra fuga fácil no grande confidente e amigo dos portugueses, de agora e de antanho: o Vinho. Ora em certa tarde em que as três crianças disfrutavam dos prazeres do campo em companhia de uma garrafa que conseguiram surripiar lá do casebre, foi o príncipio do fim (e o início de mais um negócio lucrativo para Portugal e Vaticano). Não sei se não valerá a pena analisar também as propriedades halucinogéneas da relva da Cova da Iria, pois o pobre Vinho tem sempre as costas largas. Em todo o caso a "trip" foi grande: afirmaram que a senhora que viram era do tamanho da santa lá da igreja local (o que lhe conferia uns 70 cm de altura) e que as portas dos céu fecharam tão depressa ao fim da visão que apanharam os pés à senhora. Após isto foi o que se sabe: conventos o resto da vida. Eis a vida interressante. Ecce femina.
Não acredito que a pobre senhora tenha ouvido nenhuns segredos ou revelações - foi um títere da Santa Sé (conversão da Rússia bolchevique?? A Rússia converteu-se ao dólar!). Não acredito tampouco em políticos polígamos que piscam o olho à igreja e cuja entrada na Wikipedia termina assim: "É pai de cinco filhos e filhas de três diferentes mulheres."
domingo, fevereiro 13, 2005
Estreia
Parece que desta feita é que vai ser possível estrear-me neste cantinho. Confesso ter dificuldades em acompanhar a bagagem cultural exibida pelos meus colegas de blog, assim como o talento que expõem nos seus posts... Mas prometo trabalho e empenho!
Humm, creio que começo a trilhar um caminho perigos, este o das promessas... Lembra-me o período que atravessamos: a terrível CAMPANHA ELEITORAL!
Se bem, que se pensarmos o assunto a fundo, não é assim tão terrível... É durante este período que assistimos a belos momentos de TV, plenos de humor alguns (capazes de destronar os Malucos do Riso do top de audiências), e outros simplesmente ridículos e que nos fazem pena de ter nascido neste nosso país. Bem, mas as outras nações também terão as suas pequenas vergonhas, não?
Sim, creio que sim... Mas confesso que por vezes me parece que neste campo nós possuímos quase todos os exclusivos...
sábado, fevereiro 12, 2005
(M/F)
quinta-feira, fevereiro 10, 2005
Cartão Verde
"Viva e trabalhe nos Estados Unidos. Lotaria do Cartão Verde."
Mas que raio de ideia é esta? Por acaso algum cidadão Português quer ir viver e trabalhar para os EUA? Onde julgam eles que estamos - num país do 4º mundo? Bem vistas as coisas e na situação por que parece passar o país actualmente se calhar até faz algum sentido. Noutro dia vi uma reportagem dedicada à nova emigração. Nessa reportagem apareciam umas 5 pessoas que iam embarcar no avião com destino à terra do inspector Rex, para trabalhar na hotelaria. Não levavam a famosa mala de cartão mas levavam uma lagrimazita no olho. Diziam que aqui não havia empregos, e que a situação era má. Ora se acabarem a limpar latrinas em Viena se calhar não se importam e até rejubilam com os seus 1143€ mensais. Se fosse cá em Portugal era um escândalo, mas como os austríacos comem sabão não faz mal. Quando se reformarem ainda podem usufruir do sistema de saúde nacional e do da Áustria (mais do nosso porque embora funcione pior é de graça), mas aí vão ver que se calhar era melhor na sua juventude terem apanhado o avião para Zurique porque assim ainda podiam receber duas reformas: uma de cá e outra de lá.
Lembro-me agora do tema dos Xutos & Pontapés, "N'América" e começo a pensar que aquela "banner" tem mensagens subliminares, pois a ideia de partir afigura-se mais apelativa. Vou dos 0 aos 100 num momento, como um potentíssimo Ford Mustang. Estava revoltado e agora estou tranquilo. Sou vítima do sortilégio do sonho americano.
Vêm-me à cabeça pontos desfocados
Desse mundo sempre agitado
Possível sonho todo bem rodado
E na TV,produtos embalados
Entram em nós, bem camuflados
Como é que eu fico, eu fico engasgado
Com o novo mundo mesmo ali ao lado
Está mesmo ali ao lado
E eu vou ter que sair, e eu vou ter que partir
Finalmente vais ver
O que é que iria ser, o que é que eu iria ter
N'América
N'América"
Bom, vou clicar. E quando me virem da próxima vez, espero que seja com um cartão verde na mão.
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
O couraçado
- Comem crianças ao pequeno almoço;
- Tem armas em casa para o caso de rebentar uma revolução;
- Tem um retrato do Lenine pendurado na parede;
- Caso um partido de extrema esquerda chegasse ao poder passaríamos todos a andar vestidos de fatos de macaco azuis e a usar boina;
- Defendem a distribuição rigorosamente igualitária da riqueza (incluíndo tamanhos de casa com rigor de duas casas decimais, telemóveis, carros e computadores);
- Vão à festa do Avante;
- Fumam ganza;
- Comem crianças ao almoço;
- Trabalham na Lisnave;
- Usam cachecóis às cores e sapatos confortáveis;
- Estiveram presos antes do 25 de Abril;
- São sindicalizados;
- Vestem-se mal;
- Andam de bicicleta;
- Usam barba comprida;
- Passaram a fronteira a salto pelo menos uma vez;
- Não vão à missa e comem carne na 4ª feira de cinzas;
- Gostam de Fausto Bordalo Dias;
- Fazem abortos e comem os fetos ao jantar;
- Tocam djambé;
- São sócios da Women on Waves;
- São benfiquistas;
- Frequentam festas gay;
- São alentejanos;
A Turma do Pedrinho
Vou ser honesto com os leitores: este texto que se segue é uma transição entre o humor e a política, englobando, logicamente, os dois campos. Não que a política não seja séria, mas torna-se mais apetecível se observada à luneta de um sentido de humor que se espera acutilante.
Uma característica com que me tenho deparado nos nossos governantes mais recentes é a infantilidade, nomeadamente na sua vertente mais mimalha e irritante. Não aquela que se espera numa criança na altura própria do seu desenvolvimento, mas mais a infantilidade tardia e desprezível daqueles que se esperava que tivessem crescido mais um pouco.
Senão, vejamos: os membros do Governo são todos queixinhas. Quando um mete a “pata na poça”, há sempre um ministro ou até o Primeiro, a denunciar o erro, tentando demarcar-se da incompetência. Se é o próprio a errar, não hesita em culpar o próximo, que geralmente é inferior hierárquico. “Foi ele que fez!” – dizem dissimuladamente. E assim se vêm trocando acusações entre ministérios.
Outra das características das crianças é a dificuldade ou incapacidade de se porem no lugar do outro. Vivem no centro do seu próprio mundo, num egocentrismo atroz, sem conhecimento das consequências dos seus actos sobre o próximo. São, assim, naturalmente irresponsáveis. Isto é aceitável numa criança, pois sabemos que, mais tarde ou mais cedo, se vai conseguir descentrar do “eu” e adquirir o ponto de vista dos outros. Mas tal não acontece com os membros do nosso Governo. Os seus actos e as suas decisões acabam sempre por prejudicar um grande número de pessoas, sem que ninguém se pareça importar muito com isso!
Essas características pueris são por demais evidentes se nos centrarmos numa personagem paradigmática: o Ministro da Defesa Nacional. Este imberbe parou, algures, no seu desenvolvimento psicológico, o que pode ser corroborado pela sua fixação fálica nos submarinos, que não se cansa de pedir aos pais – perdão – ao País, à custa do orçamento nacional. Já para não falar no seu gosto em brincar à tropa e em muitos mais desvios.
Já vimos que estas crianças gostam de atribuir a culpa das suas próprias asneiras aos outros, mas há uma em particular que perdeu todo o respeito (ou nunca o teve) e atribui a responsabilidade dos seus actos inconsequentes ao próprio Professor! Este infante terrível é tão irresponsável e desrespeitador que, quando se lembrou de fazer um desenho da família, o próprio “pai” pediu para ser apagado. Ele até desenhou o “avô” que já morreu e a “mãe” que abandonou o lar, deixando-lhe a cargo toda a responsabilidade de o gerir.
Mais uma vez, fruto da falência da família e em comparação com o que acontece nas nossas escolas, a tarefa de educar ficou a cargo do Professor, que, já arrependido de ter aceitado a turma, decidiu expulsá-los, não sem antes os ter posto de castigo.
segunda-feira, fevereiro 07, 2005
Homofobia
Tu José Vilhena sempre viste estas situações claramente. Longa vida mestre!
[Curioso que sem intenção descobri um artigo que fala quer do Herman SIC quer do Vilhena... Aqui está. "Keep your enemies closer still..."]
Carrica
As rectas da N2, que naturalmente convidam a um andamento mais célere permitem que dentro da legalidade as transponhamos a 90 km/h. Como o leitor sabe, dentro das localidades, a velocidade máxima é 50 km/h - e aqui reside o "catch" da questão. Entre aquelas duas fatídicas placas onde se lê Carrica, esconde-se por trás de uma sebe um agente da BT, qual Robin do Bosques emboscado à espera dos homens do xerife de Nottingham. Quando o insuspeito condutor, passar pela povoação a 90 km/h, demorando aí uns 10 segundos a transpô-la, tiram-lhe uma fotografia e analisam-lhe a velocidade. Na primeira curva à saída das rectas, lá estarão os esbirros da BT a fazer-lhe sinal de paragem. Ora está fácil de ver que se for a 90 km/h, está a exceder em muito a velocidade permitida na pequena localidade. E eis que o seu passeio/férias se transforma numa dor de cabeça. A sua carta fica apreendida e a multa é elevada. Aqui o treino psicológico porque passam estes agentes realmente dá frutos e permite-lhes levar para casa ao fim do dia uma maquia considerável em dinheiro estorquido. Se for emigrante não tem de se preocupar. Pode acelerar muito mais que os 90 km/h em questão que como distinto cidadão trabalhador no estrangeiro, contribuindo muitíssimo para o erário nacional, não tem de direito a castigo. Mas estes agentes da BT tem um bom coração, porque o radar só activa a máquina fotográfica a 86 km/h confessam - e aqui está para mim a beleza de toda a questão. Repare o leitor que se prosseguir na sua marcha a 90 km/h terá excedido claramente a velocidade permitida. Se no entanto decidir travar ligeiramente ao ver a placa da Carrica e transpor a a povoação a 85 km/h, mesmo excedendo a velocidade permitida em 35 km/h estará tudo bem. Mas se tiver a ideia de atravessar a Carrica excedendo a velocidade permitida em 36 km/h estará perdido. Evidentemente que para efeitos legais a velocidade a que se activa o radar não tem nada a ver. De facto excedeu a velocidade a 36 km/h, mais n% do que a velocidade permitida no local - não interessa se o radar dispara a X ou a Y. A coisa torna-se mais complicada se adicionarmos as percentagem de excesso de velocidade previstas no código - mas faça agora o leitor as contas.
Cuidado amigos. Eles andem aí.
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
Saborear!
Os nossos 3 milhões de anos de evolução como Homo sapiens instituíram-nos características genéticas à primeira vista peculiares, mas, sobretudo, comuns aos demais animais. Uma delas é, simplesmente, desconfiar daquilo que sabe mal e cheira mal (excepto o queijo) e confiar naquilo que sabe bem e cheira bem (excepto o queijo). Isto explica o porquê das crianças pequenas, que são o reservatório dos nossos comportamentos primitivos, olharem para os espinafres e para os brócolos com tanta desconfiança.
Nós, na realidade, evoluímos como caçadores tribais, amantes da boa carne. Antes de sermos macacos caçadores, fomos macacos recolectores, amantes da boa fruta. Talvez até tenhamos passado por uma fase evolutiva intermédia em que fomos macacos aquáticos, amantes do bom peixe e marisco. A agricultura só surgiu há cerca de 10 000 anos, o que não significa mais que um grão de areia no deserto da nossa adaptação genética ao nabo, à couve ou ao grelo. Claro que isto deita por terra, cientificamente, aqueles que acreditam no vegetarianismo como forma de vida.
A minha ideia revolucionária é inventar toda uma linha de produtos comerciais que despertem os nossos instintos de confiança básica. Imaginem um detergente para limpar sanitas com sabor a entrecosto grelhado ou uma piaçaba (aquela ferramenta irmã do detergente acima referido, com forma de escova), com sabor a lombinho de porco: sucesso garantido! Vender-se-iam como tremoços!
Não importa que esses produtos não sejam comestíveis. Confiaríamos mais neles pelo simples facto de despertarem os nossos temperamentos carnívoros.
Acredito, assim, num Mundo ideal povoado de sabão azul com sabor a robalo assado, t-shirts com sabor a salsicha, sapatos com sabor a costeleta e, já agora, como é inevitável impedir alguém com uma fase oral mal resolvida, de roer lápis, porque não faze-los com sabor a feijoada?
Melhor ainda, uma linha feminina de produtos para o corpo com sabor a morango! Hummmm....