Um senhor madeirense, com apelido igual ao Caceteiro-mor da ilha, e que tem pretensões de conhecedor de música, veio, há tempos, em entrevista, dizer que o músico que mais despreza é o Sérgio Godinho, e apontou como razão principal a conjugação dos acordes das suas músicas.
Esse senhor, convidado para juiz (por um motivo qualquer, não me agrada a palavra "juri") de um programa de gosto duvidoso que pretendia encontrar pessoas com pretensões a artistas "pop", é bem o exemplo do facilitismo aportuguesado, cruzado com a urgência consumista em alimentar gente insatisfeita e ávida por tudo o que é novidade, que se contenta com indivíduos meteóricos, de carreiras meteóricas e efémeras.
Compreendo Luís Jardim. Ele, afinal, é o anti-Godinho. Porque este sempre se bateu contra o consumismo, sempre se importou mais com a mensagem que a sua música veicula do que propriamente com as vendas, sempre esteve na vanguarda da estética, da inovação, nunca esquecendo as origens da música portuguesa nem a luta do Povo por um País melhor e mais justo. Aquele, é o patrão de uma equipa de fabricadores de sonhos fáceis e desilusórios. É um explorador do trabalho dos artistas, alguns dos quais de grande valor, mas aferrolhados pelo "mainstream" e pelo lucro.
Sérgio Godinho tem uma carreira ímpar de muitos anos, como músico, como intervencionista, como "Cantor Maldito". Foi perseguido pelos verdugos do fascismo, por cantar como canta, por cantar o que canta, por acreditar numa sociedade diferente daquela que o calou, a ele e a muitos outros, e que o votou ao exílio.
Não sei até que ponto serão apenas os ditos "acordes" do Godinho que tanto irritam o Sr. Jardim. Porque os gostos não se discutem: lamentam-se.
Já as ideologias, essas, discutem-se, e é bom que sejam discutidas, porque delas há que não têm outra base de sustentação senão a exploração de muitos para o benefício de muito poucos.
Por falar no Godinho, está para breve um post a duas mãos, com meu caro amigo F.S., sobre o concerto de Fausto Bordalo Dias no Coliseu do Porto, e o seu último trabalho, "A Ópera Mágica do Cantor Maldito", editado há ano e meio. Aguardai!
Esse senhor, convidado para juiz (por um motivo qualquer, não me agrada a palavra "juri") de um programa de gosto duvidoso que pretendia encontrar pessoas com pretensões a artistas "pop", é bem o exemplo do facilitismo aportuguesado, cruzado com a urgência consumista em alimentar gente insatisfeita e ávida por tudo o que é novidade, que se contenta com indivíduos meteóricos, de carreiras meteóricas e efémeras.
Compreendo Luís Jardim. Ele, afinal, é o anti-Godinho. Porque este sempre se bateu contra o consumismo, sempre se importou mais com a mensagem que a sua música veicula do que propriamente com as vendas, sempre esteve na vanguarda da estética, da inovação, nunca esquecendo as origens da música portuguesa nem a luta do Povo por um País melhor e mais justo. Aquele, é o patrão de uma equipa de fabricadores de sonhos fáceis e desilusórios. É um explorador do trabalho dos artistas, alguns dos quais de grande valor, mas aferrolhados pelo "mainstream" e pelo lucro.
Sérgio Godinho tem uma carreira ímpar de muitos anos, como músico, como intervencionista, como "Cantor Maldito". Foi perseguido pelos verdugos do fascismo, por cantar como canta, por cantar o que canta, por acreditar numa sociedade diferente daquela que o calou, a ele e a muitos outros, e que o votou ao exílio.
Não sei até que ponto serão apenas os ditos "acordes" do Godinho que tanto irritam o Sr. Jardim. Porque os gostos não se discutem: lamentam-se.
Já as ideologias, essas, discutem-se, e é bom que sejam discutidas, porque delas há que não têm outra base de sustentação senão a exploração de muitos para o benefício de muito poucos.
Por falar no Godinho, está para breve um post a duas mãos, com meu caro amigo F.S., sobre o concerto de Fausto Bordalo Dias no Coliseu do Porto, e o seu último trabalho, "A Ópera Mágica do Cantor Maldito", editado há ano e meio. Aguardai!
6 comentários:
Sinceramente lamento os gostos de quem gosta de Sérvio Gordinho.
Acho que já chega de canções sempre com o mesmo ritmo.
Podia desaparecer já só está 31 anos atrasado...
É bom ver que Sérgio Godinho ainda incomoda gente. Significa que não perdeu a capacidade nem a eficácia da luta. Por falar em canções com o mesmo ritmo, que dizer das "maravilhas" que populam os registos discográficos nestas últimas décadas? Significam uma melhoria no panorama musical? Será que a música serão só acordes "bonitos" sem mensagem? Que dizer dos cânticos tradicionais sem acompanhamento de instrumentos? Serão menos cultura? Gostava de ler mais ideias do nosso leitor anónimo.
O Sr. horned_dog deve conhecer a frase "vira o disco e toca o mesmo", pois bem assim como estava a responder a um post do seu colega ou melhor direi camarada, poderia estar a responder a uma fã de Marco Paulo.
Concordo com o que diz em relação à paupérrima qualidade da música das últimas décadas, acho que os cânticos tradicionais traduzem inquestionavelmente a nossa cultura, mas tenho que lhe pedir desculpa por eu não apreciar o ritmo em que Sérvio Gordinho expressa, e honra seja feita, os seus substanciais poemas.
Relativamente ao incomodar devo dizer que não me incomoda minimamente, porque se acha que nos tempos de hoje é a música dele que dita as leis então cuidado com Marylin Manson, outro que canta muito bem e que se ele desaparecesse não se perdia nada...
Um abraço.
"pois bem assim como estava a responder a um post do seu colega ou melhor direi camarada" Lá está você com os ardores do 25 de Abril "anônimo". Nós aqui na cooperativa guardamos uma bonézinho à Mao Tsé Tung para si. Tranquilo.
Com todo o gosto que o aceito...
Você deve pensar que sou de direita mas está enganado, sou do partido "Por um mundo melhor" e acho que não é com essa atitude que vai ter mais gente a participar no SEU "blog".
Bom senso e não tente isolar-se do mundo e de todas as opiniões.
Abraço
:) Leia por favor o reply no último post.
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